Fogem as nuvens da manhã
No Céu...
E alguém dá
Às searas
O pão que já lhes deu.
Abrem-se as portas dos casais
E a vida recomeça
Para o povo.
Como se fora, essa,
A mais
Pródiga manhã de um dia novo.
A terra chama o homem. Ele canta,
Canta na luta,
Até ao pôr do Sol.
Cada planta
O ouve e lhe dá a fruta
Ao estender os ramos para o Sol.
Como o rosto de um Deus belo e parado,
O Céu mostra-se calmo.
Na distância
Sinto eflúvios de um salmo
Quase meu. Calado,
Penso na minha infância.
- Visões de longe, formai ala
Ao longe... formai ala...
(Visões de longe formam ala
Ao longo de outro Céu.
E eu
Para que quero a vida
Senão para contá-la
A quem ma deu?)»
Poema inédito (escrito pelos dezanove anos) de Fernando de Paços (1923-2003)
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