terça-feira, 3 de março de 2015

Sonata à lua

A lua é a razão desta presença
Na estepe que alguém me estipulou
Sem me avisar dos perigos da jornada
Nem me informar do que antes se passou

É a lua que inventa os passatempos
Com que o tempo nos enche de preguiça
E de ferrugem nos gestos e na força
Que a terra húmida cobiça

A lua é a razão da tempestade
E das areias perdidas nos desertos
Onde se passam anos de procura
E onde os passos se tornam tão incertos

Porque a lua se junta ao que é real
E seduz as vontades e convence-as
A trocarem as almas cristalinas
Pela ilusão de falsas transparências

5/1/2015

Fernando Henrique de Passos

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