Viana do Castelo |
NASCER
Nos laços intrincados em nós largos,
nasceste para desenrolar a vida.
Estava frio. Os teus dedinhos esticados
queriam desvanecer o desconforto.
O teu olhar, atento aos vidros da redoma,
pensava rompê-la. Nada te satisfazia ali.
Rumaste assim ao mar do Norte.
E o Norte começou a guiar-te, ouvindo
o grito infinito da tua voz chegando ao areal.
Foi no areal que o mar te desenhou um barquinho.
Logo zarpaste em busca de oceanos.
Uma manhã, viste a sombra de uma árvore.
Havia um denso nevoeiro.
Primeiro, tiveste medo,
mas com uma inesperada confiança,
olhaste de novo. Só estava ali a árvore.
Onde estariam os fabulosos mares?
Afinal, na tua frente, havia apenas o sinal
de uma impenetrável, imensa floresta.
14 de Janeiro de 2015
Teresa
Ferrer Passos
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