Casa do Gaiato em Torre de Moncorvo |
Numa democracia, a liberdade de expressão de pensamento, não se pode limitar a órgãos de comunicação social, como os jornais ou revistas. A liberdade de expressão de pensamento não se pode restringir apenas a campos restritos de aplicação, como as ideias e as imagens veiculadas por esse meio. A liberdade de expressão de pensamento implica também a liberdade de ensinar e de educar de instituições que obedecem a princípios éticos cristãos. Este é, por exemplo, o caso das Casas do Gaiato, autênticos colégios com internato para rapazes sem família, com famílias problemáticas ou inadaptados.
Fundadas segundo a orientação do excelente pedagogo da infância, o conhecido Santo Padre Américo, como o povo lhe chamava. Não se pode admitir que as Casas do Gaiato criadas para oferecer uma formação moral e social a rapazes pobres, se tenham de submeter a exigências de modelos usados noutras instituições geridas pelos funcionários da Segurança Social estatal. Pretender impor técnicas e pressupostos administrativos generalizadores de uma pedagogia de princípios secularizados, sem que as Casas do Gaiato recebam qualquer apoio do Estado, não faz qualquer sentido.
Como disse o padre Júlio Pereira, em entrevista à Agência «Ecclesia», “por vezes a sociedade organiza-se de tal maneira que impede a livre ação dos cidadãos, acaba por controlar em demasia essa ação e coartar a espontaneidade que é necessária para realizar esse trabalho, essa experiência de vida”. Neste contexto, o padre Júlio Pereira, admite o fim das Casas do Gaiato em Portugal se a instituição continuar a ser alvo de imposições de natureza técnica e burocrática inadequada à essência da mensagem da altíssima figura que foi o Santo Padre Américo.
No dia 10 de Janeiro, por ocasião da comemoração do aniversário da 1ª Casa do Gaiato fundada em Portugal, o Professor Henrique Manuel Pereira da Universidade Católica do Porto fez uma conferência sobre o Padre Américo (1887-1956). Foi ainda inaugurada a exposição “Pai Américo e a Obra da Rua”.
12 de Janeiro de 2015
Teresa Ferrer Passos
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