«Estrela 4000 b - Ah!
Sabes que vislumbro algo como um ecrã… há palavras a vaguearem lentamente e a
inscreverem-se em imagens velozes e, ao mesmo tempo, sem movimento.
Carta
C2 - Eu sou tão pequenina e a conseguir ouvir a uma
tal distância…falas em imagens sem qualquer movimento?
Estrela 4000 b - Não
sei… pressinto um som inaudível.
Carta C2 - A
mim atravessam-me vários sons. Parece que há ainda um conhecimento em busca de
si próprio e sinais minúsculos encadeiam-se, de modo labiríntico, para o
descobrir.
Estrela 4000 b- Há
uma linguagem significante à procura de respostas.
Carta C2 - E uma incerteza audaz dilata-se a todos os que
procuram a diferença, o inesperado ou o idêntico...
Estrela 4000 b -
Antes de tudo o idêntico, mas também a diversidade daquilo que possui uma
integridade de ser.
Tempo 01 -
Dentro de mim só há palavras… palavras que existem, sem tocar nem mesmo ao de
leve, o sentido ou os sentidos de tantas ideias encobertas de simbolismo… cada
palavra sem se aperceber que existe, como uma identidade única para ser
oferecida a quem a recebe.
Estrela 4000 b - O
que fazem as palavras, afinal?
Carta C2 – As
palavras, ah, as palavras… como são fugazes nos sons encobertos em imagem…as
palavras anunciam…
Estrela 4000 b –
Anunciar… que palavra!
Carta C2 – E não
imaginas quantas palavras estão inscritas em cada palavra…»
Teresa Ferrer Passos, Planeta Joyce 8, 2007, 1ª edição, p. 19.
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