Do grande
incêndio de há quase dois mil anos
Que calcinou
vontades egoístas
Libertando
dos seus interiores sujos
Milhares de
diamantes de pureza;
Do terramoto
que fez ruir palácios
Mais cedo que
o previsto
Salvando
assim da morte os ocupantes;
Do vendaval
escaldante
Que arrancou
dos corpos suas vestes
E nus os
lançou no longo caminho de regresso a casa;
Da cheia
cujas águas cintilantes
Lavaram
tanta chaga e podridão;
Do grande
incêndio de há quase dois mil anos,
Do grande
tumulto na ordem lógica das coisas,
Já só restam
carvões quase apagados,
E por todo o
lado despontam mais palácios,
E as
roupagens cada vez mais ricas
Ocultam
feridas tanto mais temíveis.
Senhor,
porque não voltas?
16/10/2014
Fernando Henrique de Passos
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixe aqui o seu comentário