«(...) O químico do cérebro sente-se cada vez mais a viver dentro de um labirinto
misterioso que ele acaba por multiplicar por centenas de outros labirintos. Ao
espelhá-los numa contínua sobreposição, imagina séries de imagens deformadas
que o estonteiam; entra, depois, num estado de letárgica existência que julga
interminável.
Vê-se um espectro mórbido, um corpo esquelético de ninguém, um equívoco da
vontade e do ser acabados na solidão. Vive. Sozinho na imobilidade. No excesso
da perda, toda a energia se apagou num acaso inevitável.(...)»
Do romance inédito Um Cientista e uma Folha de Papel em Branco de Teresa Ferrer Passos
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