«Última Ceia» do Pintor Pedro Alexandrino |
Peço-Vos, Senhor, a presença viva do ausente de si.
Sinto, nos instantes, que sois o meu sustentáculo.
Sinto que tenho o Vosso nome em mim.
A presença estará viva no ausente de si?
Peço, de novo.
E descubro, em Vós, a força do céu.
Distante e aqui, ao meu lado, junto de mim.
Peço-Vos com as lágrimas a sugarem a minha voz.
Pareço-me com uma lenta espuma a deslizar, incauta.
Peço-Vos, Senhor, a presença viva do ausente de si.
Peço-Vos, Senhor, a presença viva do ausente de si.
Olho-Vos com o olhar vermelho do relógio,
Inscrevo num tempo sem fim, cada minuto.
Com o silêncio por companhia,
Continuo à espera do ausente de si.
Peço-Vos que nele se erga a presença de si.
Peço-Vos que nele se reconstrua o mundo.
Peço-Vos, Senhor, a presença viva do ausente de si.
Peço-Vos, Senhor, a presença viva do ausente de si.
De súbito, escuto. Está ali, à porta. A presença na chave,
Nos passos e na água refrescante. Está ali a presença viva,
A presença a vencer a ausência de si.
No delírio de todos os minutos do tempo,
Lembro que Vos pedi a presença viva do ausente de si.
E vivo agora de novo nele e ele em mim.
Pedi e dar-se-vos-á, Senhor, como prometeste.
* Mt 7, 7
24 de Abril de 2012
Pedi e dar-se-vos-á, Senhor, como prometeste.
* Mt 7, 7
24 de Abril de 2012
Teresa Ferrer Passos
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