segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

UM POEMA

CAOS HUMANO
 
tudo é confuso nas linhas do humano que defronto 
porque nada transparece nas horas
nem nos dias nem nos anos.
tudo é opaco, omisso, inconsequente. e o imprevisto
assoma como se fosse um jogo perverso,
abominável.
as palavras parecem ocas ressonâncias,
sem lógica ou verdade.
e os sons mais agudos parecem primitivas caixas
de ressonância a esfregarem-se
em pedras cheias de ângulos contumazes. perigosos.
as ideias, nulas de pensar, escasseiam nos corredores
de redes ou grupos sociais ávidos de ganharem
uma vida nova de que continuam ausentes nos vastos
momentos em que se exibem com frases mortas
por dentro pela sua imensa nulidade.
o que nos resta?!
se alguma coisa nos resta é regressar à terra nua e crua
com os fragmentos mais simples da nossa natureza humana
que não pára de ser ultrajada.

10/2/2025
                                   Teresa Ferrer Passos    

  



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