sábado, 18 de março de 2023

Duas Memórias de CAMILO

A propósito do nascimento de Camilo Castelo Branco em Lisboa, a 16/Março/1825) 

1.

«(...) – Longe, longe de Lisboa, a cidade da minha infância, a cidade da casa onde nasci, mas de que mal me lembro. Recordo apenas o local onde ficava: a Rua da Rosa. De resto nunca me considerei verdadeiramente de Lisboa, ao contrário do meu amigo Eça de Queirós que, tendo nascido na Póvoa, só queria ser lisboeta, ou de preferência, creio (se lhe fosse dado escolher) parisiense. Eu nunca teria (nem tive) tal apetite, devo dizê-lo. Sou muito mais do Porto, apesar de nunca me terem aceite muito bem (...)»

Maria do Carmo Sequeira (excerto de post no Facebook, 16/3/2019)

2.
«Apesar das adversidades dos tempos e dos lugares, não é difícil Camilo ter-se visto como um homem mais do Porto (ou de Seide) do que de Lisboa. Esta é uma cidade que sempre sofreu de descaracterizações (tão almejada pelos que nela não tinham nascido, como Queirós...) e desprezou com frequência aqueles que nela nasceram, como se fossem estranhos. A sua falta de fronteiras humanas torna-a, ainda hoje (ou mais do que nunca, hoje) uma cidade para conquistar por estranhos ou para ser motivo de fuga dos seus naturais. O Porto é bem diferente: é mais coeso, mais íntimo, mais íntegro, para quem aí nasceu ou não. E como o escritor Camilo a isso foi sensível.»

Teresa Ferrer Passos (Facebook, 17/ 3/ 2019)

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