quinta-feira, 4 de junho de 2020

UM POEMA DE...


ESCONDIMENTO DA POESIA

O tempo passa a várias velocidades
de igual modo nos campos e cidades...
Quem gritou? Apenas ouvimos silêncio
vagamente habitado e soletrado...
As palavras limitam-se a desabrochar
mas até essa Primavera parece falsa
com tantas interrupções da "normalidade"...
Pássaros ouvimos, intermitentemente...
Atravessar o tempo de indigência
com ou sem inteligência...
Ouvir, calar, aceitar por respeito
o modo de cada um confinar e desconfinar...
Os versos estão ocultos, por vezes assustados
de há tanto tempo se encontrarem parados»

Maria Teresa Dias Furtado


***
«Os versos estão ocultos, por vezes assustados», como diz com lisura Maria Teresa Dias Furtado, neste tocante poema, a caminhar sobre as malhas do confronto humano com uma pandemia estranha, de múltiplas máscaras.
4/6/2020
T.F.P.

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