sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Memória: A restauração da independência em 1 de Dezembro de 1640


«Pelas nove horas da manhã do dia 1 de Dezembro o assalto ao Paço da Ribeira era consumado pelo inesperado ataque dos nobres (detentores do poder militar) conjurados. Os aposentos da duquesa de Mântua, representante do rei espanhol em Lisboa foram invadidos por António de Saldanha e D. Antão de Almada, enquanto D. Miguel de Almeida e outros revoltosos assomavam à janela do Paço para aclamar o duque de Bragança como rei de Portugal e proclamar:

"Liberdade! Liberdade! Viva el-rei D.João IV! O duque de Bragança é o nosso legítimo rei!"»

       Teresa Ferrer Passos, A Restauração de 1640 e D. Antão de Almada, Universitária Editora, 1999, p.26.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Onde colocaram o Menino Jesus?!


É uma tristeza um Natal em que se esqueceu o nome do Menino Jesus! A escola, num país maioritariamente cristão, repudiou o ensino da mensagem da fé e tudo está cada vez mais oculto, desvanecendo-se, apagando-se, como uma inutilidade social. Como se, não se admita a fé, numa sociedade em que a tecnologia robótica está a sobrepor-se a passos largos à essência do ser humano.

29/11/2018
Teresa Ferrer Passos

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Liturgia cristã




Entre os muitos documentos redigidos por S. João Paulo II há uma Carta pouco conhecida: "Orientale Lumen" ("A luz do Oriente"):

«O Cristianismo não rejeita a matéria; pelo contrário, a corporeidade é valorizada plenamente no ato litúrgico, onde o corpo humano mostra a sua íntima natureza de templo do Espírito Santo e chega a unir-se ao Senhor Jesus, feito também Ele corpo para a salvação do mundo»

          (De um texto publicado pelo pe. João Paulo Pimentel, Paróquia de Nossa Senhora da Porta do Céu, Lisboa)

domingo, 25 de novembro de 2018


"O Filho do Homem enviará os Seus anjos que hão-de tirar do Seu reino todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes." (Mt 13, 41-42). 

Estas são as palavras do Filho do Homem, ou seja, as palavras do Jesus humano: se praticam a iniquidade deverão ser castigados. Inserem-se naquele mesmo Jesus que diz: «Porque me chamas bom, só o meu Pai é que é bom»(Mc 10, 18) ou que grita na cruz: «Pai, Pai, porque me abandonaste?» (Mt 27, 46). Há também as palavras do Jesus divino, aquele que dá testemunho da vontade do Pai: é o Jesus que transmite a doutrina do Pai, em que o amor é o Princípio de que tudo deriva.

Há, assim, o Jesus humano e o Jesus divino e sendo dois, é, ao mesmo tempo, um só. Por isso, Jesus tanto fala como homem, é filho de uma mulher, como fala na qualidade de divino. Daqui as diferenças de actuação.

Em consequência, o Jesus na qualidade de divino oferece a vontade de Deus que não é fazer justiça pura e simplesmente, mas usar outro critério, a misericórdia, que transcende a justiça. A misericórdia é a verdadeira justiça, é a justiça de Deus.

24/11/2018
Teresa Ferrer Passos

S. Jerónimo (347-420), autor da Vulgata

"S. Jerónimo, o Penitente" (1513)
pintura de Lorenzo Lotto
(Museu da Arte, Bucareste, Roménia)

A Vulgata constituiu a obra-prima de S. Jerónimo. Trata-se da tradução da Bíblia, a partir da versão hebraica original Usou também a Septuaginta (ou versão dos Setenta, versão clássica da Bíblia hebraica para os cristãos de língua grega) que considerou com erros de tradução e elementos heréticos helenísticos. Destacou a diferença entre os Apócrifos da Bíblia Hebraica e os Livros Proto-Canónicos da Hebraica veritas. A tradução de Jerónimo foi concluída em 405.
25/11/2018
                     Teresa Ferrer Passos



sábado, 24 de novembro de 2018

Jesus humano e divino

"O Filho do Homem enviará os Seus anjos que hão-de tirar do Seu reino todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes." (Mt 13, 41-42). 

Estas são as palavras do Filho do Homem, ou seja, as palavras do Jesus humano: se praticam a iniquidade deverão ser castigados. Inserem-se naquele mesmo Jesus que diz: «Porque me chamas bom, só o meu Pai é que é bom»(Mc 10, 18) ou que grita na cruz: «Pai, Pai, porque me abandonaste?» (Mt 27, 46). Há também as palavras do Jesus divino, aquele que dá testemunho da vontade do Pai: é o Jesus que transmite a doutrina do Pai, em que o amor é o Princípio de que tudo deriva.

Há, assim, o Jesus humano e o Jesus divino e sendo dois, é, ao mesmo tempo, um só. Por isso, Jesus tanto fala como homem, é filho de uma mulher, como fala na qualidade de divino. Daqui as diferenças de actuação.

Em consequência, o Jesus na qualidade de divino oferece a vontade de Deus que não é fazer justiça pura e simplesmente, mas usar outro critério, a misericórdia, que transcende a justiça. A misericórdia é a verdadeira justiça, é a justiça de Deus.
24/Novembro/2018
Teresa Ferrer Passos

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Lá dentro tudo depende de nós...

Como disse Mathieu Ricard (monge budista tibetano), «egoísmo, arrogância, agressividade são tudo sentimentos que nos fazem sentir mal, que controlam as nossas mentes e impedem a nossa felicidade.

Nós somos os responsáveis por eles e toda a gente sabe o mal que nos fazem. A verdade é que nós podemos treinar a nossa mente.

Não interessa o que se passa cá fora, o nosso controlo aí é muito limitado. Já lá dentro só depende de nós».

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Para uma nova psicologia



«Há um antigo dizer religioso que refere que a misericórdia e a justiça são a mão esquerda e a direita de Deus. Se for só misericórdia, toda a gente abusa; se for só justiça, então ninguém sobreviverá, porque todos cometemos erros. Portanto, tem de haver um equilíbrio entre a misericórdia e a justiça»

Jordan B. Peterson, Professor de Psicologia na Universidade de Toronto e autor de 12 Regras para a vida - Um antídoto para o caos.

17/11/2018 (De uma entrevista no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, publicada no jornal «Público»)

sábado, 17 de novembro de 2018

Lares de idosos...

Os Lares de idosos são cheios de solidão para aqueles que lá entram; e quando os velhos adoecem gravemente, alimentam-nos artificialmente com entubamentos que não os deixam sequer dizer uma só palavra. E isto tudo só para continuarem a receber as pesadas mensalidades de que se sustentam - negócio fácil -, sem dar importância ao sofrimento que provocam naqueles que já não podem dizer qual a sua vontade...
 
14/11/2018
 
Teresa Ferrer Passos

A voga das condenações na praça pública

Os comentadores juntam-se aos senhores que fazem os telejornais e as notícias: todos investigam, investigam, fazem pensamentos espantosamente "inteligentes" e falam, falam sem parar, para exibirem a sua competência de "investigadores". Então, os jornais, as revistas, as rádios e as grandes televisões da cidade enchem-se de condenações! E acham eles que, depois, é só o juiz mandar meter na prisão os "condenados", já humilhados na praça pública...

15/11/2018

Teresa Ferrer Passos

Vida nova

«Os idólatras tropeçavam nas minhas parábolas e queriam que eu esclarecesse as suas dúvidas, não me deixando ir embora sem ficarem saciados com esse pão espiritual que lhes oferecia. Às vezes, pareciam iluminados por uma certeza que os tornava demasiado abertos; a verdade é que, perante mim, se sentiam mais à vontade do que perante os ricos mercadores fariseus ou os majestosos sacerdotes e sábios do Monte Sião.

As gentes estrangeiras não me viam como um inimigo, mas como alguém que estava pronto para os introduzir numa vida nova.»

Teresa Ferrer Passos, «Jesus até ao fundo do coração» (narrativa ficcional autobiográfica), p.20.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A Filosofia, ainda está viva?


Ainda o Dia Mundial da Filosofia

Quando o mundo da técnica, hoje o mundo tecnológico, invade os lugares, a alma humana submerge e a filosofia começa a soçobrar: o ser desorienta-se, desvia-se da sua via predilecta e começa a perder a qualidade de pensar para além de si e interrogar-se como um outro.

16/11/2018

A Filosofia e os portugueses
O pensamento é disperso, nada é inteiro, na pátria portuguesa, como disse Fernando Pessoa. E, nem ele próprio, o conseguiu tornar consistente, apesar das suas tendências filosóficas não faltarem na poesia dos anos da juventude. E foi mais um grande que desistiu da ousadia de construir uma sistematização de natureza filosófica. A abstracção, dela fogem os portugueses. O mesmo não se passa com o concreto, a engrenagem, a máquina, em suma a tecnologia, e precisamente nos nossos dias.
15/11/2018
Teresa Ferrer Passos



segunda-feira, 12 de novembro de 2018

O valor da dádiva

O que podemos dar de valor é mesmo aquilo que somos capazes de ser para os outros.
 
12/11/2018

                                                             Teresa Ferrer Passos

sábado, 10 de novembro de 2018

«Ouvimos a Senhora vinda do Céu , a falar connosco»


« – A mãe só diz que não é verdade porque é num campo de pastagens, no meio do silêncio do campo e do balido das ovelhas, só porque não é na igreja, só porque ouvimos a Senhora vinda do Céu, a falar connosco, em vez de lhe rezarmos sem ela nos responder; a Senhora que me fala não é uma imagem sem vida. A mãe duvida porque só nós a ouvimos falar e só nós lhe fazemos perguntas e só a nós Ela responde, eu sei… »

Teresa Ferrer Passos, Vimos mesmo a Senhora do Céu, Textiverso, Leiria, 2018, p. 39.

No mundo de Deus

A fraternidade é um dos outros lados de Deus. A indiferença pelo outro é o único lado do Demónio.
9/11/2016
Teresa Ferrer Passos

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

A SEGUNDA VIRTUDE TEOLOGAL


(Em memória do meu Pai, que hoje faria 95 anos)

«Quis encontrar a Esperança.
Não a consegui ler nos salmos de David.
Nem no Cântico dos Cânticos.
Nem nas palavras dos profetas.
Nem nos mais sábios pensamentos
Dos mais sábios pensadores
Dos últimos milénios.
Sim, eu sei, ceguei há muitos anos,
Quando decidi que sondaria
Os abismos insondáveis
Sem deixar que ninguém me conduzisse.
Quis encontrar a Esperança.
Não a consegui ver sequer nos olhos de Jesus,
E até o Sermão da Montanha era um bloco negro,
Opaco, impenetrável.
Foi quando o meu Anjo da Guarda me lembrou
“O Estrangeiro” de Camus.
“O Estrangeiro”?, perguntei, estupefacto.
“Desce até ao fundo desse livro.
Depois, junta toda a tua força,
E vira-o do avesso.”
Incrédulo, assim fiz, contudo.
E descobri-a, a Esperança,
No reverso, nas costas, no lado-de-lá
- Do Absurdo».

Fernando Henrique de Passos, Breve viagem nas margens do mistério, Textiverso, Leiria, 2018

P.S. Esta é a única poesia de "Breve viagem nas margens do mistério" que o meu pai conheceu. Todas as outras foram já escritas depois da sua morte.
F.H.P.

***

NOTA: Como escreveste nesse espantoso poema de Breve viagem nas margens do mistério (Textiverso, Leiria, 2018) e, ele próprio, acentuadamente em torno do mistério, que atrai e agarra como um íman, a Esperança descobre-se «No reverso, nas costas, no lado-de-lá - Do absurdo». (Comentário de Teresa Ferrer Passos na postagem do Facebook em 8/11/2018).

O sentido da vida

Não será que tudo tem um sentido? Seja ele qual for. A coragem é o guia. Nunca ninguém desista de lutar, pois a coragem vem do próprio sentido único da vida.
8 de Novembro de 2018
Teresa Ferrer Passos

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

O feitiço do tempo


Caminhamos para ocidente.
Temos atrás de nós
O sol nascente
Que nos guia com a sua voz.

Vamos de mãos dadas
Por estreitos caminhos e desertos.
Evitamos as estradas
E assim os nossos passos são mais certos.

Dirigimo-nos para o sol poente,
Para o fim do dia,
Onde a luz reina eternamente
E tudo principia.

5/11/2018

Fernando Henrique de Passos

E a espera começou


No 25º aniversário do nosso noivado

Naquele dia, as folhas das árvores batiam no vento
que sentia na janela, tempestuoso.
Naquele dia também, a visita inesperada foste tu.
Chegaste pela manhã a querer inventar
uma nova manhã, feita só de depois.
Trazias, numa caixinha, o compromisso invisível
e ali já presente num anel a brilhar no ouro
do sentimento maior e mais puro: o amor.
E a espera começou.
E a enxada da esperança acendeu-se.
Foi ela o guia  nos dias da espera
de celebrar o sacro matrimónio.

Foi no mês de Fevereiro e o dia, o 19.

5 de Novembro de 2018
Teresa Ferrer Passos

domingo, 4 de novembro de 2018

Um perigo à vista para a Democracia?



O "The movement" é revelador de uma ultra-direita a crescer na Europa, e mesmo no mundo, com subtileza, quase sem se dar por isso, mas a constituir-se como uma força política capaz de derrubar a "porta" sempre aberta das Democracias. O perigo espreita-as, pois a extrema-direita usa sempre as suas falsidades diabólicas. Não será "O Movimento", um "clube" em vias de se constituir para um confronto com a União Europeia?

Teresa Ferrer Passos

sábado, 3 de novembro de 2018

O fascínio do romance


O fascínio de escrever um romance é, para mim, a sua discursiva largueza, tanto parecendo um pesado corpo, como um veículo que conduz ao domínio de um inesgotável deserto.

3/Novembro/2018

Teresa Ferrer Passos

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Celebrar o Dia de Todos os Santos

Pirâmide Maia de homenagem aos antepassados
na cidade de Tikal na Guatemala

A beleza suprema do amor habita o coração do santo, de todos os santos; esse "pequeno rebanho" que conhecemos, ainda que apenas o nome, ou que, até o nome ignoramos.

Teresa Ferrer Passos