Ó Morte e doce Morte que me zurzes
Com essa luz fatídica e cruel
Que dava a negra cor às verdes urzes
E que ria nas bênçãos de Raquel...
Doce Morte que a rir assim me surges
E que entras disfarçada de batel
Onde os bons e os maus perdem as cruzes
E a vida é um teatro de papel,
Ensina-me a cantar o teu sorriso,
Teu alor liquefeito, o Paraíso,
Ensina-me a ser Deus e não diabo,
Pois se eu hei-de morrer um dia destes,
Que seja ouvindo a voz, entre ciprestes:
«Não começo, não vivo e não acabo.»
ORA PRO NOBIS PECCATORIBUS
Paulo Jorge Brito e Abreu
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixe aqui o seu comentário