CAMINHO ERRÁTICO
malmequeres amarelos tombam na jarra a transparecer de vida.
a sede murchou as pétalas pequeninas a vibrar ainda as raízes
perdidas de si pela bruteza dos segadores do campo.
abandonado e silencioso. as palavras perdem-se no estremecer
da minha voz cansada de sunidos inaudíveis e fechados.
demasiado fechados. a minha voz recua como o coração
de uma criança submissa ao sol que a contempla nos dias
envoltos em nuvens de calor.
a minha voz comprime-se à passagem ininterrupta das horas.
a sede murchou as pétalas pequeninas a vibrar ainda as raízes
perdidas de si pela bruteza dos segadores do campo.
abandonado e silencioso. as palavras perdem-se no estremecer
da minha voz cansada de sunidos inaudíveis e fechados.
demasiado fechados. a minha voz recua como o coração
de uma criança submissa ao sol que a contempla nos dias
envoltos em nuvens de calor.
a minha voz comprime-se à passagem ininterrupta das horas.
amortecida. sem firmeza.
e ainda a prosseguir um caminho oculto. errático.
então como uma enrouquecida trovoada sem relâmpagos
comparo-me a um penhasco perdido no mar.
comparo-me a um penhasco perdido no mar.
esse mar seu espelho eterno.
esse mar de memórias apagadas
só a sobreviverem nas esquinas das ruas onde se inscreve
o som de um nome que ninguém conhece.
o som de um nome que ninguém conhece.
28/6/2025
Teresa Ferrer Passos
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixe aqui o seu comentário