Abro uma porta na realidade,
Ali onde a ciência vê um muro;
Entro no Horto da Verdade
Para a colher qual fruto bem maduro.
Mastigo-lhe a polpa suculenta,
O sumo escorre-me das mãos;
Vou contar a novidade violenta
A todos os humanos, meus irmãos:
Não procureis uma chave arrevesada,
Nem uma porta que custe a ser aberta;
O Jardim tem a porta escancarada
A quem olhar da maneira certa.
Fernando Henrique de Passos
(«Ecos Abaixo do Audível», Leiria, Hora de Ler, 2020, p.9)
Ali onde a ciência vê um muro;
Entro no Horto da Verdade
Para a colher qual fruto bem maduro.
Mastigo-lhe a polpa suculenta,
O sumo escorre-me das mãos;
Vou contar a novidade violenta
A todos os humanos, meus irmãos:
Não procureis uma chave arrevesada,
Nem uma porta que custe a ser aberta;
O Jardim tem a porta escancarada
A quem olhar da maneira certa.
Fernando Henrique de Passos
(«Ecos Abaixo do Audível», Leiria, Hora de Ler, 2020, p.9)
Nótula: Fernando Henrique de Passos constrói com uma metáfora - o jardim - essa estreita passagem dos caminhos ínvios da realidade, a porta aberta, escancarada e, ao mesmo tempo, só entreaberta para a ciência.
T.F.P. (in Facebook, 5/10/2023)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixe aqui o seu comentário