As novas tecnologias disponíveis num simples computador, como nos diz Noam Chomsky, «criam uma atmosfera onde a explicação e a compreensão não têm qualquer valor». E acentua o autor de uma das melhores análises do 11 de Setembro: «Este é o mais radical ataque ao pensamento crítico, à inteligência crítica e particularmente à ciência que eu alguma vez vi».
A estratégia da IA é «impedir as pessoas de falarem umas com as outras. Todos estão sozinhos, a perseguir as suas próprias fantasias, sejam elas quais forem». O seu objetivo maior é dar uma certa verdade que as pessoas julgam faltar-lhes: «Pode dar algo de tranquilizante, confortável, alguma coisa de que o utilizador gosta e encaminhá-lo para este tipo de mundo. Dar essa ilusão». A verdade é esta: são precisas medidas urgentes. Porém, não basta recusar esta recente expansão da realidade virtual na vida das pessoas, porque não há regresso ao passado, mas a criação de «meios de autodefesa pessoal» impõe-se. E o mais eficaz é uma nova «educação» dos indivíduos.
Esta evolução das tecnologias internéticas, estando a prosseguir a uma velocidade assombrosa, precisa de uma ferramenta essencial, segundo Chomsky: o espírito crítico que só o ser humano ainda possui, mas que corre o risco de se perder irremediavelmente e dentro de um tempo demasiado curto. Sem dúvida, estas reflexões são um alerta pertinente para o nosso mundo à beira de uma nova Ordem global.
NOTA: As citações foram retiradas de uma entrevista do Filósofo e Linguista Noam Chomsky ao jornal Público (Suplemento Ipsilon, 28/4/2023).
Teresa Ferrer Passos
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