quarta-feira, 30 de março de 2022

POEMA INÉDITO

Rochedos na praia de Armação de Pêra

 


À TRANSPARÊNCIA


A madrugada despe-se dos medos.
Vejo-a pela praia entreaberta,
Quase ao alcance dos meus dedos,
Já só coberta
Por translúcidos sussurros e segredos.
A brisa está alerta
E a água que corre entre os rochedos
Aguarda a hora - imprevisível e contudo certa -
Em que os meus sonhos serão como brinquedos
Nas mãos da luz então por fim desperta.

Fernando Henrique de Passos, Revista «DiVersos - Poesia e Tradução», nº33, outono-inverno de 2021-22, pág. 69.


Comentário no Facebook:
Trata-se de um poema metafórico nascido do encontro/desencontro da transparência da luz, das águas e dos rochedos; «À Transparência» é uma desconstrução dos sonhos que, como escreve o autor, "serão como brinquedos / Nas mãos da luz então por fim desperta».
                                                                                              Teresa Ferrer Passos

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