terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Passagens de...


STABAT MATER (2)

A Anunciação a Maria: o instante único

«Olhando em seu redor, Maria começava a vislumbrar um sentido nas palavras que escutava: ela seria a mãe do Salvador, aquele em que "o seu reinado não terá fim" (1), como pronunciara o anjo sobre o menino que ia nascer. Ele será rei, o rei de todos os reis e reinará sem fim. O "Espírito Santo virá sobre mim e eu serei a sua mãe".

Uma mulher seria a porta para o plano redentor que se abria no mundo. Deus mostrava-se ao mundo humano por meio daquela simples mulher. Que bênção que lhe caía aos pés, como se fosse a coisa mais banal do mundo. No silêncio do seu recatado quarto. Sem ninguém para testemunhar o que escutara.

O Filho do Espírito Santo beberia do seu sangue e viveria no seu corpo e na sua ternura maternal; depois, nasceria e estaria com ela até à hora que o Pai O chamasse para a Missão. Era o Santo do Altíssimo, o Salvador; o humilde era exaltado e reinaria para sempre. "Não temas porque não serás confundida" (2) escrevera Isaías. Os escritos antigos revelavam-lhe palavras que pareciam antecipar-se à sua missão anunciada pelo anjo.» 

(1) Lc 1, 33. 
(2) Is. 54, 4. 

Teresa Ferrer Passos, Stabat Mater - Contribuição para o Estudo de Maria. Da "Anunciação" ao "Magnificat", da Devoção e das Aparições em Fátima, Hora de Ler, Leiria, 2020, pág. 26.

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