Jesus falou: Não tenhais medo. Há espaço no meu peito para todos vós. Espaço aberto sobre mais espaço e assim até ao infinito. Espaço sem curvas nem volutas. Espaço sem recantos nem escaninhos onde se esconderiam sombras de insetos malfazejos. Espaço liberto para vos acolher a todos.
Não tenhais medo. Eu fiz-me igual a vós para vos conduzir. Eu desci à gruta do terror. Eu tive tanto medo como qualquer um de vós. Mas não baixei os olhos. Ergui o meu olhar de frente para o medo e o medo baixou o olhar. E sussurrei-lhe palavras de ternura e o medo chorou no meu regaço pedindo-me perdão.
E eu libertei-o do seu jugo, da condenação de sempre se ver frente a um espelho, e ele viu finalmente para além do espelho e viu milhares de almas feitas para amar, sedentas de um encontro. E agora o medo já só espera que também vós lhe perdoeis para que ele cumpra o seu destino, traçado desde quando Tudo começou:
O destino de se transformar em confiança.
Domingo de Ramos/2020
Fernando Henrique de Passos
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