Na tua carne mansa inscreves o teu nome
Como um terno bafo da respiração quente.
E escultura amena e delirante descobres
Deitada no palheiro a tua sina.
Pareces na pequenina gruta uma fábula de Esopo.
Toda secreta e evanescente és dourada
Pela divina vida a saltar na noite serena.
O teu pêlo ralo é seda aveludada
A parecer-se com um áureo poente!
E sem ruído embalas a fantasia do grito
Como música de lira a vibrar a alquimia...
Teresa Ferrer Passos
in Teresa Ferrer Passos e Fernando Henrique de Passos, Retábulo, Universitária Editora, 1ª edição, Lisboa, 2002, Parte I - Odes para um Novo Presépio, pág. 21.
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