SORTILÉGIO
O segredo é não deixar que a tempestade
Repita alto as leis do demiurgo.
Guiá-la pela mão às escondidas
Pelos canais notívagos em chamas
Quando Veneza desaba sob a chuva.
Gritar-lhe em silêncio que se erga
E caminhe nua sobre as águas
Até à porta aberta pelo vento
Na névoa azul do porto abandonado.
E dos seus olhos límpidos ferozes
Quando soltarem o ímpeto guardado
Beber-lhe líquido o ouro dos relâmpagos.
1/10/2017
Fernando Henrique de Passos
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