Acerca da Bíblia, do adultério e da violência sobre a mulher ou o acórdão de um juiz do Tribunal do Porto (resposta a comentários de Pedro Mesquita Fernandes, num post de Miguel Castelo Branco in Facebook em 24/25 de Outubro de 2017:
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- Na verdade, Pedro Mesquita Fernandes, "qualquer católico pode e deve defender abertamente a sua religião num Estado laico", só que o senhor Juiz pareceu desconhecer a passagem da Bíblia inscrita no Livro do Novo Testamento (Jo 8, 3 e seg.) que diz:«"Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio acto, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu pois que dizes?" Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: "Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela". E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isto, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio. E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor". E disse-lhe Jesus: "Nem eu também te condeno: vai-te, e não peques mais".». Jesus não condena. Porém, aconselha o arrependimento que converte a pessoa noutra pessoa: "não voltes a pecar". Em relação às leis do Antigo Testamento, estas foram substituídas pela Nova Aliança que Jesus Cristo instituiu entre Deus e a humanidade.
- Teresa Ferrer "a verdade é que se pôs a jeito, até porque toda a gente sabe que a citar-se a Bíblia convém citar o Novo Testamento que sempre é mais levezinho..."
Eu diria que o Deus da Bíblia sofre de bipolaridade, mais parecendo que o do Velho Testamento não é o mesmo do Novo Testamento. E porquê? Porque o primeiro é cruel e vingativo, tendo uma imagem bastante negativa da mulher. A lógica do meu comentário foi essa...
- Pedro Mesquita Fernandes, o Deus do Velho Testamento tem muito a ver com as leis do povo judeu que não separou nunca a lei civil da lei religiosa. As leis judaicas são imbuídas de sacralidade para as tornar mais credíveis aos olhos do Povo judaico. Acontece que os judeus não aceitaram Jesus Cristo porque era um Deus-Chefe do Estado que eles esperavam. Como não era esse Deus que esperavam e desejavam foi condenado à morte como blasfemo (fazia-se passar por Deus, mas não acreditaram que fosse). Assim, os cristãos não aceitam o Deus do Antigo Testamento (um Deus-político), mas aquele que veio fazer uma Aliança Nova e esta não só com o povo judaico (como este julgava), mas com toda a Humanidade.
Teresa Ferrer Passos
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