A grande mesquita de Meca, o lugar mais sagrado do mundo para o Islão |
«(…) O mistério de Deus que une neste dia de festa dois ciclos de calendários diferentes, o nascimento de dois mestres de espiritualidade que deram origem a duas comunidades de crentes», escreve Yahya Pallavicini (Vice-Presidente da Comunidade Religiosa Islâmica italiana) no site católico do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (1). Nesta frase, a importância do nascimento de Maomé (Muhammad) corresponde à importância do nascimento de Jesus Cristo (Natal de Jesus).
Com que critério cristão, publicita, divulga ou oferece aos seus leitores, esta frase redutora de Jesus, ao equipará-lo a um profeta? Ora, Jesus que é, para os cristãos, designadamente para os Católicos, o Filho de Deus, a encarnação de Deus, o Deus vivo (“Eu e o Pai somos um só”), fica no mesmo plano de um profeta, neste caso Maomé?
Jesus é aqui visto apenas como «um mestre de espiritualidade», tal como Maomé. Ora, Jesus não é, para os cristãos da Igreja Católica (e também de outras Igrejas), apenas «um mestre de espiritualidade», tal como o é Maomé para o Islão.
Como foi possível que num site internético católico, as duas figuras, Maomé e Cristo, fossem colocadas na mesma ordem de grandeza, chegando ao ponto de até serem equiparadas as duas datas de nascimento (Jesus e Maomé) como «Véspera de Natais»? E a verdade é que o Islão não aceita Jesus como divindade salvífica e redentora de todo o ser humano...
O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura ao considerar este texto um modelo das boas relações entre católicos e islâmicos, admite uma abusiva comparação que põe em causa a divindade de Jesus. Bastou para tanto publicitar este texto do Vice-Presidente da Comunidade Religiosa Islâmica italiana, reproduzindo-o precisamente na ante-véspera do Natal de Jesus, o Deus que se fez homem.
4 de Fevereiro de 2016
Teresa Ferrer Passos
(1) Este texto foi publicado em 23 de Dezembro de 2015.
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