quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Beira-Tempo

Filosoficamente vagabundo
Encerro cardeais cartesianos
Dentro de lírios encarnados

Abro portas de palácios ermos
Pisando o chão de bosques onde há caves
Com janelas abertas sobre o mar

Ao pôr-do-sol, que é feito de zumbidos,
Apascento rebanhos de formigas
Que me levam por linhas sinuosas
Até às fontes do mel não poligónico

Paro o carro em frente dos medronhos
Debaixo de agulhas que se soltam
Dos pilares donde se ergueu o azul
Quando se uniu à última maré

29/12/2014

Fernando Henrique de Passos

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