quarta-feira, 2 de julho de 2014

No dia da trasladação de Sophia para o Panteão Nacional

Sophia de Mello Breyner Andresen
 (1919-2004)
«Eu sou uma menina do mar. Chamo-me Menina do Mar e não tenho outro nome. Não sei onde nasci. Um dia uma gaivota trouxe-me no bico para esta praia. Pôs-me numa rocha na maré vaza e o polvo, o caranguejo e o peixe tomaram conta de mim (...) Tu nunca foste ao fundo do mar e não sabes como lá tudo é bonito. Há florestas de algas, jardins de anémonas, prados de conchas. Há cavalos marinhos suspensos na água com um ar espantado, como pontos de interrogação. Há flores que parecem animais e animais que parecem flores.»

   Excerto do livro de Sophia de Mello Breyner Andresen, A Menina do Mar, Ed. Figueirinhas, Barcelos, 1976, pp.18-19.

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