Ainda o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades portuguesas nas sábias linhas da obra «Os Lusíadas e a História» da autoria do historiador Jorge Borges de Macedo:
"A 'fala' do Velho do Restelo apresenta-se no Poema para enunciar a única interpretação alternativa possível, na época, em face da Grande Viagem que, pela mão dos Portugueses, abriu à Europa as portas do Índico e que o Poema celebra". (...)
"Não admira que o Poema, síntese arguta e criadora do nacional e do universal, do particular acontecido e do seu significado, junção do real com o metafórico, de modo a que este último possa referir o primeiro sem o eliminar, do histórico com o fantástico, sem afectar a verdade da narrativa, tem sempre irritado os ideólogos lineares, os 'recta-pronuncia' de todos os tempos; já irritou iluministas, cientistas e formalistas, antes de incomodar os dedutivistas dos nossos dias. É normal que isso aconteça com qualquer obra de génio."
"A grande obra, criação sempre única, sujeita evidentemente a condições, recria-se na persistência do seu significado, alcançando força junto de outro público: na nossa sociedade da agonia industrial, qualquer que seja o sistema jurídico em que funcione, continuamos a ler e a admirar «Os Lusíadas» ".