O cerco terminou na minha
aldeia.
Ela tinha ruas feitas de pântanos que percorri
como um navio sem rumo, sem vela condutora.
Os horizontes
cheios de negra fuligem esvaiam-me
e as palavras tombavam inquietas
onde os gestos hostis deflagravam.
Os fossos de silêncio eram chaminés
exaustas de escombros
que o céu não tocava temendo acordar-me.
Acordei na hora em que a enxurrada
procurava sufocar-me mais.
Vi o sol escurecer.
Nesse instante a tua palavra
ecoou como um sol que não quebra
mas inebria, que não rejeita, mas acolhe.
E os largos cercos ensopados
de secura
que te envolviam também, caíram por terra.
E tu também acordaste.
A vida começava. Na incerteza e na certeza.
A vida imprevisível e fantástica.
Agora, já não era eu ou tu. Agora, éramos nós.
29/10/2024
Ela tinha ruas feitas de pântanos que percorri
como um navio sem rumo, sem vela condutora.
Os horizontes
cheios de negra fuligem esvaiam-me
e as palavras tombavam inquietas
onde os gestos hostis deflagravam.
Os fossos de silêncio eram chaminés
exaustas de escombros
que o céu não tocava temendo acordar-me.
procurava sufocar-me mais.
Vi o sol escurecer.
Nesse instante a tua palavra
ecoou como um sol que não quebra
mas inebria, que não rejeita, mas acolhe.
que te envolviam também, caíram por terra.
E tu também acordaste.
A vida começava. Na incerteza e na certeza.
A vida imprevisível e fantástica.
Agora, já não era eu ou tu. Agora, éramos nós.
Teresa Ferrer Passos
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