ATÉ OS TEMPOS...
até os tempos de uma simples nuvem são negros.
são negros. a cor de um universo
a cobrir os nossos rostos severos
sem devagar como se não nos reconhecesse
como se não soubesse quem somos.
entre as horas do susto soltam-se
os segundos do riso. frágil. inseguro.
aqui ninguém conhece o juízo da justiça
e todos gritam como se a conhecessem.
e todos sabem mais do que a justiça
e todos ignoram quem tem razão.
e o silêncio não se faz ouvir.
o silêncio é proibido julgam os vivos
ululantes e desavindos inconformados
e violentos nas suas entranhas a soltarem-se
em todas as frentes. isto vibra como obsceno.
não importa que o ódio crepite insolente
obstrutivo a romper o fel
dos fígados devorantes de uma palavra
irradiante e que sopra para o alvo infinito
da liberdade de pensar na diferença
das almas perdidas dos corações
encurralados de tanto sentimento.
26/10/2024
Teresa Ferrer Passos
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