Ribeira de Alcantarilha em tempos idos |
NUM DIA DE SOL
Lembrando o dia em que nos conhecemos, há 31 anos
as sombras uivavam nas vitrines.
as porcelanas pareciam pintadas sobre vidas
em que a luz não vibrava mais que uma ondulação.
as porcelanas pareciam pintadas sobre vidas
em que a luz não vibrava mais que uma ondulação.
sentia-me arrastada por uma tarde desenhada
pelo sol,
inclemente. a sede escorria dos meus lábios
ressequidos. uma insustentável fragilidade corrompia
os meus pensamentos a esvaziarem-se de sentido.
inclemente. a sede escorria dos meus lábios
ressequidos. uma insustentável fragilidade corrompia
os meus pensamentos a esvaziarem-se de sentido.
e eu silenciava uma grande incerteza que pesava
nos meus ombros habituados demais ao desânimo.
inesperado um relâmpago acendeu no ar pesado
uma luz estranha, uma luz quase apagada plantava
flores nos meus cabelos feitos terra e mar e vento.
nos meus ombros habituados demais ao desânimo.
uma luz estranha, uma luz quase apagada plantava
flores nos meus cabelos feitos terra e mar e vento.
um mundo renascia como se tivesse existido
sempre.
afinal era um mundo que eu nunca vira antes
era um mundo com a novidade imensa
daquilo que nunca existiu, nunca foi alguma coisa,
nunca eu conhecera em tempo algum.
e eras tu, com a tua claridade branda e
luminosa.
eras tu esse relâmpago e eu ainda não sabia ver-te.
era um mundo com a novidade imensa
daquilo que nunca existiu, nunca foi alguma coisa,
nunca eu conhecera em tempo algum.
eras tu esse relâmpago e eu ainda não sabia ver-te.
20 de Julho de 2024
Teresa Ferrer Passos
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