À ESPERA DE ACORDAR
Senhor,
solta a tempestade.
Estou no cais de embarque
da ode marítima,
o céu está pesado,
o barco não chega,
e eu estou cansado
da grande cidade.
Solta a tempestade,
não quero dormir.
Vou colher relâmpagos
com que irei escrever
no negro da noite
em letras de fogo
o Teu nome Santo.
Solta a tempestade,
que a cavalgarei
e galoparei
até haver terra.
E no fim do mundo
onde hei de parar
cravarei no solo
a espada de chuva
trazida do céu
por um anjo bom,
e a espada de chuva
será a nascente
da água mais pura
que jamais nasceu
do ventre da terra.
Solta a tempestade,
tenho muita pressa.
Solta a tempestade
e anda comigo:
vamos acordar
a velha cidade!
8/5/2024
Fernando Henrique de Passos
Da poética como nascente para uma cruzada plena de sentido e novidade, mesmo que a única arma seja o obstáculo mais difícil de defrontar prefigurado na palavra tempestade.
TFP
Jesus fala na necessidade de conquistar o Reino de Deus pela violência.
FHP
A auto-disciplina moral implica violência connosco próprios, na verdade.
TFP
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