quinta-feira, 30 de novembro de 2023
terça-feira, 28 de novembro de 2023
OS INOCENTES
Vejo pela janela indiscreta do escritório,
a tremer ainda na árvore. Estão demasiado
assustadas com o vento que as faz esvoaçar para a distância.
Vejo a sua amargura, vejo a sua incredulidade.
E lembro-me das crianças inquietas,
das crianças a perderem-se do pão e do abrigo certo da casa,
das crianças nascidas para a vida na Faixa de Gaza.
Como as folhas secas não entendem o vento
as crianças não sabem que deixaram
A morte espreitou-as e ali ficou no seu corpo pequenino,
As folhas secas são velhas. Mas as crianças não.
que deixaram de crescer com o dourado do sol,
Enregelando nos escombros empilhados,
caldeiras fumegantes acesas pelo ódio.
Dormem agora, as crianças, como folhas secas.
Como as folhas secas as crianças tombaram
de uma vontade, apenas e só, desumana?
domingo, 19 de novembro de 2023
DIA MUNDIAL DA POBREZA
O POBRE
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
CAMINHAR AINDA
sábado, 11 de novembro de 2023
*
A mãe, a raiz de que não podemos abdicar, porque foi dela que irrompemos um dia.
domingo, 5 de novembro de 2023
UM POEMA
Buçaco, Agosto de 2000 |
Esperamos calmamente o fim do mundo.
Não somos notícia, podemos esperar.
Tempestades, secas, desastres financeiros.
Não somos notícia e não temos pressa.
As notícias lutam entre si para acontecer primeiro:
Guerras, epidemias, terramotos.
Que deixará de existir quando parar o tempo.
Erupções vulcânicas, descarrilamentos de comboios.
Murmurando doçuras um ao outro.
As notícias gritam! As notícias choram!
As notícias gemem! As notícias uivam!
Meu amor… meu amor… meu terno e doce amor…
UM POEMA
Aguarela |
CONSTÂNCIA
No 30º aniversário do nosso noivado
«Nem as águas caudalosas conseguirão apagar o fogo do amor,nem as torrentes o podem submergir.»Cântico dos Cânticos, 8, 7
As folhas tocam-se nos plátanos encandeados de vento.
São ténues as suas feridas curadas
num verão doce, sob um sol abrasado na larga viagem.
Entre os nossos os dias amadurecidos na esperança,
um novo rebento devia florescer nas linhas nevoentas
que escrevemos no vagar das sombras
que nos abraçam caprichosas.
Num instante, parecem abrir-se as portas sem trinco
e gritamos a calma e o calor como se fosse anjos protetores.
Agora é já novembro, tudo tão perto, tudo tão perto.
E adormecemos na fé precária de um caminho,
dando as mãos enrugadas pelo tempo, as trevas, a dor.
Continuamos. Continuamos peregrinos, de mãos dadas,
à espera de uma via mais sólida que rompa os muros
erguidos por cada folha ainda a esvoaçar
ao som brutal do vento.
5/11/2023
Teresa Ferrer Passos
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
DIA DE FINADOS
TEMPO ESCASSO