Pequeno cato "Echinopsis subdenudata" na nossa varanda |
SER MÃE
No 33º aniversário da morte de minha mãe
Escondida, a raiz nas trevas densas procria.
Move-se. Nasce uma flor.
Tem pouca terra, esfarelada, pobre.
"Sou mãe". Diz no perfume subtil das níveas pétalas.
E uma fragrância toda cobre os estames delicados
mesmo sem saber a origem da arte criada.
Move-se. Nasce uma flor.
Tem pouca terra, esfarelada, pobre.
"Sou mãe". Diz no perfume subtil das níveas pétalas.
E uma fragrância toda cobre os estames delicados
mesmo sem saber a origem da arte criada.
"Sou mãe". Sente dentro de um pó opaco que é nada.
Cheia de sombra fica.
Não precisa de uma só palavra.
O destino nasce assim. Um tempo breve.
A vida é um quase nada.
De nenhum louvor precisa. Tudo à volta lhe é estranho.
Não augura vitórias, não as deseja também.
O destino nasce assim. Um tempo breve.
A vida é um quase nada.
De nenhum louvor precisa. Tudo à volta lhe é estranho.
Não augura vitórias, não as deseja também.
Não tem planos nem projetos no tempo.
Oh, o que é isso, o tempo?!
Existe só por si. Existir é a riqueza.
Apesar da brevidade, que instante sublime!
Existe só por si. Existir é a riqueza.
Apesar da brevidade, que instante sublime!
Um simples instante chegou para dizer,
"Sou mãe".
11 de Julho de 2023
Teresa Ferrer Passos
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