Escultura "Mar sem fim" (1981) de João Fragoso no jardim da Fundação Gulbenkian |
No 30º aniversário do dia em que nos conhecemos na Fundação Gulbenkian
PURIFICAÇÃO
Trouxeste o Fogo de Deus.
Abri os olhos.
Um clarão alagou a minha alma
como um dilúvio sem Arca de Noé.
Dentro de mim
só Cristo resta em pé.
Trouxeste o Fogo de Deus.
Lancei-me nele.
Cerrei os dentes
e nadei contigo até ao fundo.
Aqui construiremos
um mundo menos mundo.
Trouxeste o Fogo de Deus.
Queimou o mal.
Das suas cinzas se erguerá
um novo Paraíso, mas sem Queda.
Depois descansaremos embalados
Pelo crepitar da Grande Labareda…
20/7/2023
Fernando Henrique de Passos
Trouxeste o Fogo de Deus.
Abri os olhos.
Um clarão alagou a minha alma
como um dilúvio sem Arca de Noé.
Dentro de mim
só Cristo resta em pé.
Trouxeste o Fogo de Deus.
Lancei-me nele.
Cerrei os dentes
e nadei contigo até ao fundo.
Aqui construiremos
um mundo menos mundo.
Trouxeste o Fogo de Deus.
Queimou o mal.
Das suas cinzas se erguerá
um novo Paraíso, mas sem Queda.
Depois descansaremos embalados
Pelo crepitar da Grande Labareda…
20/7/2023
Fernando Henrique de Passos
CÁLICE FLORESCENTE
A perder o sentido, a vida
a esvaziar-se. Uma labareda insuspeita
inunda-me. Há um silêncio loquaz. Inscrevem-se
sentidos de nova liturgia, sem
pontos cardeais, sem bússola ou quadrante.
As trevas tão pesadas, sem estrelas a cintilar.
Vejo o espaço vértice para uma luz brilhar.
E eis o sacro cálice do casto tempo
a erguer-se lentamente num amor inconsútil,
pronto a vencer imagens de revoltos temporais.
a erguer-se lentamente num amor inconsútil,
pronto a vencer imagens de revoltos temporais.
20/7/2023
Teresa Ferrer Passos
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixe aqui o seu comentário