Um Poema Inédito:
A PALAVRA
A palavra. Quando verte o azul celeste,
refresca-se no mar. Recorte do céu.
Encanto de areais longos
e de ventos agitados sem seguro lugar.
A palavra. Onde os abismos permanecem,
onde se veem ninhos de cegonhas acabadas de nascer,
prontas a voar, sem medo do largo espaço.
A palavra. Paira amarga entre penedos.
Ondas gigantescas contorcem-na.
A espuma branca devora-a.
Esparge sentidos que nem o mar descobre.
A palavra. Apaga-se nos vales das sombras,
enterra-se nos fundos pântanos,
adia a pureza. Impossível cruzada.
A palavra. Rompe as barragens da voz
e aos mistérios, não retira os grilhões.
Sílabas mortas, entrelinhas, desvarios,
espantosas armadilhas. Secretas. Vagas.
Indesvendáveis. A palavra.
10 de Junho de 2o21
Teresa Ferrer Passos
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