MARE NOSTRUM
Os dias foram estranhos, os dias que vieram,
Em que eu e tu, de estranhos, tão próximos ficámos,
E juntos navegámos por esse mar acima,
A Norte da bonança, o leme a quatro mãos,
Por noites tão cerradas que só raios brilhavam
E o rasto que deixavam queimava como fogo.
O mar era infinito e nós dois tão pequenos,
O mar tão poderoso e nós como uns insetos,
Perdidos em desertos, em vastidões vazias.
E o tempo foi passando, e tanto mais unia
Os dois que navegavam, o leme a quatro mãos.
E o mar que me assustava com sua imensidão,
O mar era dos dois, e ao fim de muitos anos,
Por fim eu percebi: o nosso mar é Deus.
19/2/2020
Fernando Henrique de Passos
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