Este dia não deveria deixar de se revestir de grande importância para por fim a este flagelo social, resultante do egoísmo da sociedade - as classes altas e médias. Estas consideram que os pobres são pobres porque não querem trabalhar e querem viver à custa de subsídios do Estado. Esquecem-se que muitos desses pobres perderam o emprego numa idade difícil de conseguir outro, contraíram uma doença que os impossibilitou de continuar a trabalhar, tiveram um filho doente ou pais idosos que os fizeram gastar tudo o que tinham, têm pensões de reforma irrisórias,etc.
Ao esquecê-lo, estes grupos sociais penalizam o pobre com o estigma do mandrião, do que usa estratagemas para ser protegido pelo estado. A injustiça do julgamento fácil dos bem-instalados na vida, cai sobre eles e tudo se mistura e todos se desprezam e todos acabam por serem vistos como a escória da sociedade "perfeita".
Afinal, antes de erradicar a pobreza, há que erradicar o egoísmo, essa doença atroz, a pior de todas as doenças, mas que não passa pela carência de dinheiro daqueles que se julgam os melhores, daqueles que se olham a si próprios como os que têm qualidade, porque o egoísmo os sustenta abundantemente.
17/Outubro/2018
Teresa Ferrar Passos
PS: Segundo dados revelados pela Rede Europeia Anti-Pobreza, 18% dos portugueses são pobres. De acordo com esta organização, o número europeu que serve de referência para definir a pobreza equivale a um vencimento mínimo mensal de 406 euros.
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