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Santo Efrém (306-373), teólogo e grande poeta sírio
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O poeta sírio Efrém (306-373) cultivou a teologia cristã como uma sabedoria literária e poética. Nascido em Nisibe, na Síria (hoje Turquia) ofereceu-se para servir a Igreja cristã. O Bispo Tiago, nesta cidade, deu-lhe protecção e, vendo a sua inteligência, fê-lo diácono. Mais tarde, convidou-o para formar uma escola teológica em Nisibe. Quando o Imperador de Roma, Juliano, entregou Nisibe aos persas pagãos (seguidores de Zoroastro), Efrém exilou-se, com os seus discípulos e fundou outra escola teológica na cidade de Edessa (cidade síria nos tempos antigos e atualmente turca com o nome de Urfa).
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Nisibe, atual Nusaybin no sul da Turquia,
perto da fronteira norte da Síria |
Ambas as escolas combatiam as heresias que cresciam dentro da própria Igreja. Perscrutando a emoção de que está revestido o cristianismo, e conhecendo bem a natureza humana, Efrém viu na poesia, na composição musical e na prosa poética, a grande força da busca da verdade e da conversão dos pagãos. Assim, contemplativo e asceta, escreveu hinos de louvor, orações, composições musicais e uma prosa imbuída de poesia.
Para Efrém, a liturgia, como expressão artística (declamação de poemas, cânticos musicados, etc), consegue transmitir a doutrina de modo muito mais eficaz para as conversões ao cristianismo do que longos discursos de fundamentação filosófica (racionalista). A sua teologia nova, cheia de emoção, aliava-se à altura poética e literária de Efrém. Os seus dotes fazem-no ascender à craveira de santo e Doutor da Igreja em 1920 (com o Papa Bento XV). Pela beleza dos seus escritos teológicos foi chamado «a harpa do Espírito Santo».
Neste primeiro centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima (1917-2017), lembremos como Efrém, o Sírio, invocou Maria, Mãe de Cristo, de um modo grandioso:
«Mais resplandecente que o Sol, conciliadora do céu e da terra, paz, alegria e salvação do mundo».
Num dos seus Hinos à Virgem, escreveria:
«Convida-me a Virgem a cantar o mistério que contemplo com admiração. Dai-me, ó Filho de Deus, o vosso admirável dom, pelo qual eu afine minha lira e consiga pintar a imagem toda bela da vossa bem-amada Mãe.»
Sobre a Natividade, Santo Efrém, exaltando a grandeza humana de Maria Santíssima, sublinha, com um tom de profunda beleza, toda a humildade de Deus:
«O Senhor veio a ela
para tornar-se servo.
O Verbo veio a ela
para calar em seu seio.
O raio veio a ela
para não fazer ruído.
O pastor veio a ela,
e nasceu o Cordeiro, que chora docemente.
O seio de Maria
trocou os papéis:
quem criou tudo
apoderou-se dele, mas na pobreza.
O Altíssimo veio a ela (Maria),
mas entrou humildemente.
O esplendor veio a ela,
mas vestido com roupas humildes.
Quem tudo dá
experimentou a fome.
Quem dá de beber a todos
sofreu a sede.
Saiu dela nu,
quem tudo reveste (de beleza)»
(Himno «De Nativitate» 11, 6-8)
O poeta e teólogo Santo Efrém, viria a ser um precursor da tradicional forma síria de fazer teologia. A sua devoção por Maria, levou-o a estar entre os primeiros que a Igreja cantou, ao revesti-la de glórias imensas. Na Igreja cristã do Oriente, chamaram-lhe o Poeta de Nossa Senhora.
6 de Julho de 2017 (dia em que se celebrou o meu Batismo, aos 11 meses de idade)
Teresa Ferrer Passos