sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Soneto para a Lili

"Nos jardins de Epicuro"
W.-A. Bouguereau (1825-1905)

                                     (invoco, para a Musa minha, o Arcano, o Arcaico do Mundo )


Tu és a criminosa, a deserdada...
Louca de Amor, à luz de um sonho puro,
Chorando nos jardins só de Epicuro,
Procuras tua vida, angustiada...

Procuras o teu sonho, já cansada,
O teu sonho de Amor e de futuro,
Mas eis que cais no chão, o chão é duro...
E tudo se te volve em cinza e nada.

À noite, pelas portas e aflita,
Tu és a Poetisa que bem grita:
«Que é do meu Amor, que estou doente???»

Mas as vozes e os astros, ó Lili,
Te dizem que eu já fui, que eu já parti...
E morres com Amor em tua mente.

SIC ITUR AD ASTRA

                                  Paulo Jorge Brito e Abreu

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