quinta-feira, 29 de maio de 2025

Algumas passagens de um ensaio biográfico que acabo de publicar, a propósito do 1º centenário do nascimento do poeta e dramaturgo Fernando de Paços (1923-2003)



Fernando de Paços com 25 anos na casa de seus
pais em S. João d'Arga (Viana do Castelo)


« “Diário espiritual”, assim o designou, aos dezassete anos. Era o dia 9 de Abril de 1941. Assina-o pelo pseudónimo Fernando de Paços. É este diarista que, em simultâneo, enche folhas soltas de poemas. Uns, inspirados na natureza que respira na casa paterna (a família muda-se de Viana do Castelo para uma casa rural) em S. João d’Arga, outros nas tradições e na
religiosidade que insufla os seus pulmões desde o berço ainda na casa de Viana de Castelo onde nasceu e donde saiu por volta dos oito anos. O “Diário espiritual” do poeta e dramaturgo para a infância Fernando de Paços, distingue-se de uma autobiografia ou de um diário como aquele a que Miguel Torga chamou Diário, publicado ao longo de dezasseis volumes e iniciado já homem maduro. Cada volume era editado pelo próprio Torga à medida que o escrevia. Um diário a abrir-se de imediato ao público, um diário elaborado para ser apresentado ao leitor não eventual e distante ou até inexistente, mas para ser revelado em cima dos acontecimentos relatados. Um diário de um escritor que se queria expor aos juízos públicos. »

Teresa Ferrer Passos, Fernando de Paços - Do "Diário espiritual" inédito à Poesia Religiosa, Edições Carmelo, 2025, pág. 8.


Comentário do Poeta Manuel Neto dos Santos na página de Fernando Henrique de Passos do Facebook (19/6/2025): "Magnífica obra; na essência e na abordagem."

sexta-feira, 23 de maio de 2025

 ESTRANHO POEMA


ao longe vejo as marés escavarem
com as suas mãos ondulantes
túneis desabitados. Ali a memória lia-se
num dia perdido de si e
em que o azul do céu se espelhava
no mar mais sereno
que alguma vez penetrara o meu olhar. 
eram tempos místicos
em que ninguém me olhava porque as marés
me escondiam nas dobras dos seus
corpos volúveis.
era o tempo em que as minhas mãos se enlaçavam
para se protegerem dos olhares indiscretos.
era o tempo de aprender a abraçar
a brandura dos sinos da igreja abandonada.
era o tempo em que os músicos não tocavam
ainda os acordes do magnífico órgão
a sugar as mãos
encapeladas de sons imensos, esses sons
que exaltavam o novo destino a vibrar alto
toda a preciosa beleza de um Deus de mãos
sôfregas de novas liturgias a apagar
o silêncio do nada.
nesse tempo eu escutava os murmúrios
piedosos da música
e escrevia nas minhas mãos poemas com
a brancura da espuma.
depois embrulhava-os no meu pequeno
quintal bordado de canteiros de jasmins
a florir e ainda a prometer-me
escrita de um  estranho poema.

22 de Maio de 2025

                           Teresa Ferrer Passos

domingo, 4 de maio de 2025

A Inteligência Artificial (IA) e o ser humano


A propaganda que programas de rádio e de televisão estão a fazer à IA, tem em vista desacreditar as expressões mais profundas do ser humano. Muitos ciber-cientistas tendem a construir uma máquina - a IA - que se apresente como sua implacável rival, capaz de ultrapassar os pontos mais altos do humano. Assim, os construtores da IA pensam conseguir provar que o humano não é mais do que uma máquina. Tentam desacreditar os humanos, procurando provar que os objetos se lhes equiparam, eles que são exclusivamente de caráter material.

4/Maio/ 2025                                                Teresa Ferrer Passos


A MÁSCARA de Trump

Ai dos hipócritas! disse JESUS O CRISTO. O atrevimento de TRUMP ao envergar as vestes de Papa excede toda a possibilidade de lucidez. Só pode ser visto como o ato de um louco e um louco que governa precisamente a mais poderosa nação do mundo!!!!!
4/Maio/2025
TFP

DIA DA MÃE

Que dia, para quem já a perdeu do olhar, do olhar.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Quando as comunicações sociais se afundam e nos deixam no isolamento





O QUE UM GNÓSTICO DIRIA DO APAGÃO DE ANTEONTEM


O estado de apagão total (estado de ausência de todo e qualquer artefacto de origem humana) é o estado natural do mundo material ou mundo exterior, conforme lhe queiramos chamar, porque foi nesse estado que esse mundo foi criado pelo Diabo.

O ser humano nunca gostou da contingência e da precariedade da sua existência no mundo material e desde cedo tratou de o começar a melhorar por meio dos artefactos que ia inventando, até aos dias de hoje, em que o surgimento acidental de estado de apagão, mesmo que parcial, é uma autêntica tragédia.

No entanto, nada de essencial mudou. É verdade que passámos a ter sob o nosso controlo imensas coisas que não dependiam de nós, mas é também verdade que continuamos a sofrer e que continuamos a morrer. Onde falhámos?

A resposta foi-nos dada há dois mil anos por Jesus Cristo, o Filho de Deus, quando nos ensinou que o sofrimento e a morte são vencidos por meio de transformações, não no mundo exterior, mas sim no nosso mundo interior.

30/Abril/2025
Fernando Henrique de Passos

quinta-feira, 1 de maio de 2025



Ainda o Apagão: Tudo o que é exterior ao humano é contingente, é precário, não tem consistência para subsistir para além de uma certa duração. Ninguém devia ficar tão cheio de espanto perante os "apagões" que durante milénios atingiram a humanidade. Esta espera da felicidade material continua nos nossos dias a ter um alto preço, bem desnecessário.

30/4/2025
TFP