« “Diário espiritual”, assim o designou, aos dezassete anos. Era o dia 9 de Abril de 1941. Assina-o pelo pseudónimo Fernando de Paços. É este diarista que, em simultâneo, enche folhas soltas de poemas. Uns, inspirados na natureza que respira na casa paterna (a família muda-se de Viana do Castelo para uma casa rural) em S. João d’Arga, outros nas tradições e na
religiosidade que insufla os seus pulmões desde o berço ainda na casa de Viana de Castelo onde nasceu e donde saiu por volta dos oito anos. O “Diário espiritual” do poeta e dramaturgo para a infância Fernando de Paços, distingue-se de uma autobiografia ou de um diário como aquele a que Miguel Torga chamou Diário, publicado ao longo de dezasseis volumes e iniciado já homem maduro. Cada volume era editado pelo próprio Torga à medida que o escrevia. Um diário a abrir-se de imediato ao público, um diário elaborado para ser apresentado ao leitor não eventual e distante ou até inexistente, mas para ser revelado em cima dos acontecimentos relatados. Um diário de um escritor que se queria expor aos juízos públicos. »
Teresa Ferrer Passos, Fernando de Paços - Do "Diário espiritual" inédito à Poesia Religiosa, Edições Carmelo, 2025, pág. 8.
Comentário do Poeta Manuel Neto dos Santos na página de Fernando Henrique de Passos do Facebook (19/6/2025): "Magnífica obra; na essência e na abordagem."