UM OLHAR SOBRE A REVISTA «A IDEIA» (Outono de 2024)
quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
No artigo de abertura, António Cândido Franco debruça-se sobre os 50 anos do 25 de Abril. "Da revolução ao colapso" é o tom com que nos apresenta esta reflexão eivada de um forte lamento. O fator mais insidioso nesta análise é o sistema em que a revolução dos Cravos assentou: o poder alcançado pelos partidos políticos, após o golpe militar. O "monopólio total da vida política" foi para ACF o "erro capital de Abril". Contradições bizarras conduziram os caminhos de uma pátria que não tem sido escutada. Os caminhos de Abril perderam-se e os cravos murcharam, sem remissão. Os projetos falharam. Um "quadro de descalabro" envolve-nos 50 anos depois. Na perspectiva de ACF, resta, afinal, "o sonho dum sistema que tivesse sido capaz de superar as máquinas de guerra e de exclusão e que 50 anos depois dos Cravos assegurasse a representação da maioria da população portuguesa e da quase totalidade do eleitorado - um sistema que não fosse o embuste de raiz que este foi nem o desastre e a desilusão em que este se tornou".
As palavras de ACF podem abrir uma polémica necessária e contundente, quando passam 50 anos sobre a revolução de 1974. Uma revolução que acabou com a guerra colonial, mas que continua a não ver resolvidos os entraves maiores com que se defronta o povo português. O embate entre governantes e governados prolifera e não permite a vivência de um clima de paz e prosperidade, esse clima que deverá reger a vida de uma nação, e esta, a nossa, com quase nove séculos de História.
22 de Janeiro de 2025
Teresa Ferrer Passos
terça-feira, 14 de janeiro de 2025

ANIVERSÁRIO
No teu Natal
no tempo se inscrevem as brincadeiras da infância
essas torrentes de amáveis paraísos
que não reconhecemos mais senão
nos intervalos das ondas que nos cobrem
de interrogação e surpresa.
Na nossa via de tropeções imprevistos
crescem o trigo e o joio. Os caminhos da cólera
avançam como meteoritos e os socalcos da paz
desvanecem-se como se preferissem ser esquecidos
para sempre.
Só a nossa força interior domina o indominável,
o estranho, o irreconhecível muro da realidade
forrado de enigmas que não conseguimos
resolver. Apenas somos capazes de superar
como se o infinito nos habitasse desde o
nascimento.
14/1/2025
Teresa Ferrer Passos
quarta-feira, 8 de janeiro de 2025
EÇA DE QUEIRÓS
Trasladação dos restos mortais de Eça de Queiroz (1845-1900) do cemitério de Santa Cruz de Baião (perto da Quinta de Tormes) para o Panteão Nacional, em Lisboa.
Duvido que Eça de Queirós gostasse da ideia de sair "das suas serras", a sua querida Tormes, para entrar no Panteão da promíscua cidade, hoje já tão descolorida e descaracterizada (Lembro o seu romance A cidade e as serras).
8/1/2025
8/1/2025
T.F.P.
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