sexta-feira, 23 de agosto de 2024

MAIS UM INSULTO À MULHER

É um erro grave de caráter semântico pelo significado redutor desta definição de mulher: "pessoa que menstrua". Só em relação a uma pequena parte do corpo da mulher é correta. É também um erro de caráter biológico-científico, pois a menstruação dura um período limitado de anos e não dura toda a vida da mulher, logo não tem expressão definidora do ser feminino. E, se fossemos por aí, a expressão homem deveria ser igualmente substituída pelo contrário, ou seja, "pessoa que não menstrua". Pergunta-se: Porque razão só a designação do género feminino foi alterada pela (OMS) Organização Mundial de Saúde?!
23/8/2024
                                                                         Teresa Ferrer Passos

TEMPOS IDOS QUE NÃO PASSAM

Memórias da infância. Memórias espantosas que não se perdem de nós, nunca. Delas partiu tudo o que viemos a ser, como se nada mais nos tivesse sido ensinado, fosse o que fosse. Que experiência rica se mantem viva e pronta a ressurgir, em cada dia que vivemos. E mesmo na velhice, aí estão essas memórias a rejeitar o esquecimento.
                
23/8/2024
                                                                                                                                     T.F.P.

sábado, 17 de agosto de 2024

LEMBRAR Mário de Sá-Carneiro



Postagem do poema "Quase" de Mário de Sá-Carneiro (in «Dispersão», 1915) no Grupo "POESIA em português" in Facebook em 15/8/2024:

Comentário de Teresa Ferrer Passos: «Dos melhores poemas portugueses de sempre! MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO».

Comentário de Anderson Cerqueira: «Sou brasileiro e gosto muito dos poetas portugueses, e gostaria de saber de sua opinião também, por que Antônio Gedeão não é considerado como um dos grandes de Portugal, sendo que é, pelo menos pra mim, um grande poeta?»

Comentário de Teresa Ferrer Passos: «A força da poesia vem da emoção e as emoções têm graus diferentes. Daí uns poetas serem excelentes, outros não chegarem tão alto».
(16/8/2024)
                        

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

UM POEMA



NASCENTE DE VIDA

À Teresa no dia dos seus anos

Nasceste! És nascente
e és trovoada
a soltar as águas
criando a corrente.
És tudo o que é vida
e não é dormente;
tudo o que desperta
e nos abre os olhos
à luz mais silente.
Tu és a promessa
dentro da semente;
o girar dos astros
firme e permanente;
o fulgir fugaz
da estrela cadente;
nas noites de Inverno,
a lareira quente.
Fundamentalmente
és luz e calor
de um dia de Agosto
repleto de amor
desde a manhãzinha
até ao sol posto.
Nasceste! És nascente,
nascente de vida
que me despertou!
A ti te dou graças
e a Quem te criou!

9/8/2024

Fernando Henrique de Passos

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

ACERCA DA POLÉMICA que eclodiu na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024

 "A Festa dos Deuses é uma pintura do artista holandês da Idade de Ouro de Utrecht Jan Harmensz van Bijlert", diz Jolli, o representante dos Jogos. Ora esta pintura é uma expressão mitológica com caráter burlesco, pois a figura central tem um resplendor, alusão à santidade da figura, o Cristo; as outras personagens comportam-se como se conversassem, gesticulando, como na "Última Ceia" de Leonardo da Vinci; há ainda uma nítida alusão à última ceia de Cristo e os discípulos ao colocarem-se num só lado da mesa, como acontece com o quadro de Leonardo da Vinci e com tantos outros pintores como a do holandês Jan Erasmus Quellinus (1634-1715). Estes pormenores do pintor Jan Harmensz, mostram à evidência que este quis parodiar a Última Ceia de Cristo, tal como o autor das imagens-quadro da cerimónia de apresentação dos Jogos Olímpicos Paris/2024. Até a perspetiva que é dada às figuras na mesa da "Ceia woke" mostra com marcada evidência o caráter caricatural ou paródico da imagem apresentada na Cerimónia de abertura destes Jogos Olímpicos. E como satiriza o pintor Jan Harmensz? Recorrendo à ultrapassada mitologia politeísta greco-romana que há longos séculos já ninguém venerava. O tempo dos ídolos morrera, mas não morrera para os pintores anti-cristãos que entendiam o burlesco, a troça, como o melhor meio de combater Cristo e os seus seguidores. Ridicularizar é uma forma de combate político e ideológico que continua na sociedade atual como se está a ver nesta cena "woke" na abertura dos Jogos Olímpicos.

Facebook 30/7/2024 (publicado em vários comentários)

Teresa Ferrer Passos

domingo, 4 de agosto de 2024

UM POEMA

HUMANA ILUSÃO  
   


quando o tempo passa sobre as folhas dos altos plátanos
da minha rua, o seu verde intenso perde-se e não volta.
a cor infringe a cor da relva,
mais verde que a esperança.
um avatar cobre-as de um amarelo frouxo,
perdido do sonho de ser eternidade.
incapazes de entender, pois entendimento não têm,
tornam-se um cavalo a romper o bosque denso.
 
cada folha de tom amarelo-baço
solta-se dos ramos e o vento lesto,
eleva-as como brinquedos
nas mãos de uma criança que o mundo
ainda desconhece.
 
ouço pela janela entreaberta o vento a uivar.
a força estonteia-o. de que poder dispõe?
vejo pela janela entreaberta os ramos contorcidos
e as folhas a soltarem-se.
impotentes rolam pela rua como se fossem
apenas um pouco nada, um impossível ainda a ser,
e são apenas um não-ser que espera ser.
 
olho a vida breve das folhas feitas
de avatares nem sonhados.
como se desvaneceu o brilho intenso das folhas?
perdeu-se apesar de assentes em magníficas árvores
de raízes fundíssimas. poderosas. imponentes.
 
agora, toco a certeza de que tudo vive envolto
em incerteza, nada se renova,
nada se perpetua, nada se fortifica.
esta a única verdade que nos dá a vida.
e resvalamos para o gosto da perpetuidade.
 
vivemos à espera da mudança grandiosa e dos louvores.
oh grande ilusão esperar poder subir mais alto,
sempre mais e mais, sem ver quanto tudo é precário.
oh perdição, oh vanitas, oh coisa vã, insana,
oh vão desejo, oh grande engano deste mundo.
deste mundo em que tudo é passageiro.  
 
4/Agosto/2024
                                                     Teresa Ferrer Passos