DA TERRA AO CÉU
«Ao espalharem-se sem rumo,
tornaram-se presas fáceis
e alimento para todos os animais selvagens»
Ez 34, 5-6
No dia da Assunção, Maria,
viu do céu todos os corações ofendidos.
Viu a dispersão dos filhos desavindos,
uns abandonados em fragas,
outros em terra dura, ressequida
e tantos entre raios de sol a queimarem insaciáveis.
Derrubados pela injusta palavra de alguns,
as simples gotas de água das anémonas
e dos narcisos secavam, desgostosas.
O fogo vibrava fagulhas e vagueava vitorioso nos
férteis rebentos de róseas amendoeiras.
A cálida planície enegrecia de fumo vasto.
Foi nessa hora amarga que tombou do céu
o manto branco de Maria.
Nele envolvidas, vinham as suas faces
com as lágrimas vertidas pelo mundo todo.
No céu, a Mãe enternecida
recolhia-as e chorava com os filhos.
Daqui. Da terra.
Dia da Assunção de Nossa Senhora ao Céu
Teresa Ferrer Passos
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