quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Um poema inédito


O MEU NOME


Não serei nunca o meu nome, ele é uma falsa
imagem de mim. Eu não estou nele. Um nome
é uma transmutação. Afasta-se de nós.

Como uma marca apaga-se depressa, semelhante
a um número entre tantos outros,
pura abstração sem conteúdo algum.

Sei que não sou o meu nome. Quem sou, afinal?
Talvez não seja mais que uma palavra 
que só se ouviu quando a proferi,
no mais dentro de mim. 

4/Novembro/2020
                                                      Teresa Ferrer Passos

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