Nascimento de Jesus, em Belém |
DAS PRIMEIRAS PROFECIAS MESSIÂNICAS (SÉCs. VIII a.C. - VI a.C.)
- ISAÍAS, ZACARIAS e MIQUEIAS
«O Senhor vos dará um sinal. Olhai: a jovem está grávida e vai dar à luz
um filho e há de pôr-lhe o nome de Emanuel (Deus connosco)»
«Porquanto, um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado;
tem a soberania sobre os seus ombros e o seu nome é:
Conselheiro-Admirável, Deus herói, Pai eterno, Príncipe da Paz»
«Brotará um rebento do tronco de Jessé (pai do rei David)
e um renovo brotará das suas raízes»
Is 7, 14; 9, 5;11, 1.
«Exulta de alegria, filha de Sião! Eis que o teu rei vem a ti;
Ele é justo e vitorioso, vem, humilde, montado num jumento»
Zc 9, 9
«E tu, Belém-Efrata, tão pequena entre as famílias de Judá,
é de ti que sairá o guia que há de apascentar o meu povo de Israel»
Mq 5, 1
O NATAL É NO INVERNO
Costumamos olhar para o Presépio
como um local aconchegado.
Como o local aconchegado por excelência.
Enternecedoramente aconchegado e acolhedor.
Mas era Inverno.
E a Sagrada Família estava refugiada num estábulo.
E o frio entrava por todas as frinchas.
E Maria e José vinham encharcados da chuva
que tinham tido de enfrentar.
E aquele Menino acabado de nascer
estava destinado a ser pendurado numa cruz
dali a 33 anos
e a morrer num sofrimento indescritível.
Demos graças ao Menino Jesus
por nos vir despertar do sonho de conforto
com que o Mundo nos embala
enquanto nos encaminha para a morte certa.
Demos graças ao Menino Jesus
por nos mostrar que só acordados
poderemos encontrar a Salvação.
Demos graças ao Menino Jesus
por ter nascido num Estábulo Invernoso
e não num Palácio Primaveril.
21/12/2021 (Solstício de Inverno)
Fernando Henrique de Passos
INEFÁVEL MISTÉRIO
Um vento cresceu de súbito
levantando a terra fina num turbilhão;
besouros e cigarras zuniram ao desafio
e os cordeiros num desatino baliam e
chupavam o leite das suas mães.
As folhas de uma figueira, próxima, soltavam-se.
E esvoaçando, dançavam como se ouvissem
hinos às estrelas fulgurantes e tão débeis.
Instante enorme fora o grito de uma criança.
Era a sacra vida a entrar no mundo,
infantil e a sentir a aspereza da
palha e da dura manjedoura.
Eram as primeiras horas de Deus
a nascer como um simples homem, ali,
naquele lugar insólito.
Uma virginal mãe o dava à luz
na escura e longa noite.
23/12/2021
Teresa Ferrer Passos
NATAL DE JESUS
“Minha mãe, porque Jesus
Cheio de amor e grandeza,
Preferiu nascer no mundo
Nos caminhos da pobreza?
Porque não veio até nós,
Entre flores e alegrias,
Num berço todo enfeitado,
De sedas e pedrarias?"
“Acredito, meu filhinho,
Que o mestre da caridade,
Mostrou em tudo e por tudo,
A luminosa humildade!…
Às vezes penso também,
Nos trabalhos deste mundo,
Que a manjedoura revela,
Ensino bem mais profundo!”
E a pobre mãe de olhos fixos,
Na luz do céu que sorria,
Concluiu com sentimento,
Em terna melancolia:
-“Por certo, Jesus ficou,
Nas palhas sem protecção,
Por não lhe abrirmos na Terra,
As portas do coração.
João de Deus
(S. Bartolomeu de Messines1830-Lisboa1896)