quarta-feira, 27 de junho de 2018

O Diário de Notícias à beira do fim?!



     O jornal Diário de Notícias, onde escrevi artigos (assinava pelo meu ortónimo Teresa Bernardino) na rubrica "O Livro da Quinzena" e outros de caráter cultural, de 1976 até 1990.
     Nesses anos, o D.N. ainda tinha uma alta cotação entre os jornais nacionais. O declínio, com a chegada do século XXI, ou o estertor, com as suas duas primeiras décadas, culminam em 2018. Parece moribundo pelo que se ouve dizer.
     Ninguém foi capaz de fazer parar essa evolução?!

27/6/20018
Teresa Ferrer Passos

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Nuno Álvares Pereira e a fundação da dinastia de Avis



«Estas considerações de lhaneza mostravam-me o acerto da escolha de dom João, filho de el-rei Dom Pedro e Dona Teresa, para soberano do disputado reino de Portugal. Sentia agora, com satisfação, que o Mestre estava pronto a assegurar a fundação de uma nova dinastia, sustentáculo maravilhoso da ínclita geração de príncipes de que todos os Portugueses hoje se orgulham.»

          Teresa Bernardino [ortónimo de Teresa Ferrrer Passos], «Eu, Nuno Álvares» (romance autobiográfico de Nuno Álvares Pereira), Europa-América, 1987, p.91.

Nota: Com o Papa Bento XVI, ascendeu a santo com o nome de Nuno de Santa Maria, nome com que entrou, em 1423, no mosteiro do Carmo (Ordem dos Carmelitas), em Lisboa, por ele fundado.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Poema-Memória de Paulo Brito e Abreu


Epicédio à partida de D. Albertina Lima Gonçalves

( fala de Maria da Conceição Brito e Abreu perante o passamento de sua augusta Madre)

«Em verdade, em verdade vos digo:
 se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer,
 fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.»
Evangelho de S. João, 12: 24

Alma pura, que foste uma avezinha,
Minha terna Mãezinha de amaranto,
Perante vós, ó Mãe, Amor se inclina,
O Sol Te oraculiza, e cala o canto.

Se lá, no divo assento, és Tu menina,
Se o Padre Joaquim é qual encanto,
Tu volve, sobre nós, diva divina,
Às Almas Tu of’renda Amor e manto.

Das Madres musicais és Tu Rainha,
Tu és, numa quimera, o Santo Graal.
Oriunda, nos orbes, duma linha

De Santas, e varões de Portugal,
Tu foste, no aljôfar, Albertina,
Que Te cante uma Lira matinal.

Queluz, 29 e 30/ 04/ 2018

                AVE MARIA, GRATIA PLENA

                           Paulo Jorge Brito e Abreu

O Presidente dos EUA

Trump é um ser desumano, violento em excesso e de uma vaidade que o leva a só procurar as excentricidades políticas, caso do acordo anti-nuclear com Kim Yong Un ou mudar a embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém, sem nenhuma vantagem imediata para ele... Exibir-se até ao excesso é fundamental!!!
21/6/2018
Teresa Ferrer Passos

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Um ano depois...


Um ano depois dos grandes incêndios que dizimaram uma grande parte do Centro de Portugal, continuam por recuperar 40% das casas. As famílias que as perderam, continuam sem casa!
Mas o chefe do Governo diz que já se fez muito!
Até já se fez uma estátua para inaugurar pelo presidente da República, no dia do 1º aniversário das mortes...
E os bombeiros continuam a dizer que o material para combater os incêndios é mais ou menos o que tinham, há um ano atrás, e a dizer perante as câmaras das televisões que, no ano passado, receberam ordens para deixar arder!
Não há, não houve, responsáveis pela calamidade do grande flagelo do fogo que matou mais de cem pessoas e deixou gravemente queimadas mais de duzentas pessoas?!

17/6/2018
Teresa Ferrer Passos

Poema de Carlos Lopes Pires


«o amor é uma grande dor 
que há no mundo
e vem das árvores e do outono
cresce entre os espinhos e as rosas
com pássaros fome gestos
e é uma dor muito grande
uma cadeira um banco
um dia
tanta coisa cabe nesta dor
até mesmo a alegria»

Carlos Lopes Pires, «A noite que nenhuma mão alcança», 2018, p. 20

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Limites da Internet

«A Internet é um poderoso e utilíssimo meio de comunicação, porém jamais poderá oferecer-nos o calor do encontro, o verdadeiro som, a verdadeira imagem, o verdadeiro coração da outra pessoa.»

           Frei Alexandre in Domenico Agasso Jr., «Santo António de Pádua», S. Paulo, Paulus, 2016, p.8.

domingo, 10 de junho de 2018

Lembrar Cesário Verde no Dia de Portugal



A casa onde o poeta Cesário Verde viveu e morreu, em 1886. No Largo de S. Sebastião, ao Paço do Lumiar. Casa que está, hoje, quase em ruínas, conforme as fotos tiradas há poucos dias. Eis, o estado das paredes exteriores que já mal sustentam a lápide lá pregada, em 1986 (1º Centenário da sua morte), pela Câmara Municipal de Lisboa.

Esse mesmo Cesário Verde que escreveria, em carta datada de 1880, ao futuro conde de Monsaraz: «Uma poesia minha, recente, publicada numa folha bem impressa, limpa, comemorativa de Camões, não obteve um olhar, um sorriso, um desdém, uma observação. Ninguém escreveu, ninguém falou, nem num noticiário, nem numa conversa comigo; ninguém disse bem, ninguém disse mal!»

Lembramos hoje, Dia de Portugal, a memória desse poeta que, hoje ainda, não é compreendido na dimensão que, muitos anos mais tarde, Fernando Pessoa lhe atribuiria
nas suas páginas.

10 de Junho de 2018
                                                        Teresa Ferrer Passos

sábado, 9 de junho de 2018

Não façam aos outros o que não querem que vos façam



«Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e ser-vos-à dado».

«A medida que usardes com os outros será usada convosco» (Lc 6, 36-38)»

Papa Francisco, Exortação Apostólica «Gaudate et Exsultate», Abril de 2018, Ponto 81.


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A chuva encobre as nossas lágrimas de modo tão subtil, que até parece um sorriso.
31/5/2018
Teresa Ferrer Passos

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Portugal foi o 1º país a abolir a pena de morte para crimes civis no ano de 1867. Atualmente, a pena de morte é um ato proibido e ilegal segundo o Artigo 24.º alínea 2 da Constituição Portuguesa.

Como explicar que seja agora esse mesmo estado a fazer uma Lei que declara a legalidade jurídica da solicitação da "pena" de morte para si próprio por um doente, mesmo com doença incurável?
29/5/2018
Teresa Ferrer Passos
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«Logo a seguir, o computador oferece-lhe imagens novas. Olha, olha e procura na expansão do olhar os seus olhos. Estão vidrados de lágrimas. E, no silêncio tranquilo daquele sonho, todo feito de real, descobre formas nunca vistas. A dilatação das pupilas projecta-se. Abarca com os olhos até aos limites da forma amendoada do seu corpo flácido transformado numa gelatina fina. Das órbitas incendiadas de febre soltam-se búzios, espreguiçando-se dentro de um peixe-agulha; e da sombra das suas mãos rompe toda uma revolta de mar a quem roubaram as conchas, os corais, as algas com centenas de metros e os cavalos-marinhos gigantes.»

Teresa Ferrer Passos, «Um cientista e uma folha de papel em branco», Chiado, 2015, pág. 100.

25/5/2018



sexta-feira, 1 de junho de 2018

A paciência



«Eu estava todo deitado nos meus ouvidos. O som da palavra, esse sentido a refletir o espírito. A vibração, procurava-a no meu espírito. Crescia no meu corpo.
Tudo isto me parecia uma inquietação. Uma impaciência. Depois, a paciência erguia-se. E eu encontrava todos os dias o dom da paciência».

Teresa Ferrer Passos, Jesus até ao fundo do coração, Chiado, 2016, p.158.


A vida é o último valor da existência humana. Às vezes uma pessoa que sofre muito ainda é útil àquele que se aproxima dela para lhe segurar a mão, porque, nesse momento, o sofrimento espiritual daquele que se aproxima ainda é maior.

30/5/2018
Teresa Ferrer Passos