segunda-feira, 30 de abril de 2018

O Gnosticismo e o Pelagianismo (1)



«São duas heresias que surgiram nos primeiros séculos do cristianismo, mas continuam a ser de alarmante atualidade. Ainda hoje os corações de muitos cristãos, talvez inconscientemente, deixam-se seduzir por estas propostas enganadoras. Nelas aparece expresso um imanentismo antropocêntrico, disfarçado de verdade católica.

Vejamos estas duas formas de segurança doutrinária ou disciplinar, que dão origem «a um elitismo narcisista e autoritário, onde, em vez de evangelizar, se analisam e classificam os demais e, em vez de facilitar o acesso à graça, consomem-se as energias a controlar. Em ambos os casos, nem Jesus Cristo nem os outros interessam verdadeiramente».


Papa Francisco, «Exortação Apostólica Gaudate et Exsultate» («Alegrai-vos e Exultai») 9 de Abril/2018, Capít. II, Ponto 35


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Vários membros do clero regular e secular da Igreja Católica seguem estas tendências racionalistas que desfiguram, e desviam da essência, Cristo e o seu Evangelho. São uma elite de intelectuais que considera secundários conceitos como graça, mistério e fé.

30/4/2018
Teresa Ferrer Passos

sexta-feira, 27 de abril de 2018

A defesa da sobrevivência ou a vida (mesmo em micro-organismos)



Pintura de Salvador Dali

«Até os micro-organismos mais básicos se organizam para sobreviverem.»

«As bactérias não têm sistema nervoso nem mente mas “sabem que uma outra bactéria é prima, irmã ou que não faz parte da família”»

«Estas reacções são ao nível de algo que possui “uma só célula, não tem mente e não tem uma intenção”, ou seja, “nada disto tem a ver com consciência”». 

«Há uma colecção de comportamentos – de conflito ou de cooperação – que é a base fundamental e estrutural de vida”».

António Damásio, Conferência na Escola António Damásio em Lisboa, 31/10/2017 (Lançamento do livro A Estranha Ordem das Coisas)


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Mesmo nos micro-organismos primários, sem mente, sem consciência, se estabelece a solidariedade para a sobrevivência e não para o aniquilamento. A união é para viver, não para morrer. Como podem alguns humanos, com mente e com consciência, em vez de se unirem para a defesa da vida, se unem para a aniquilar? Lembramos a proposta de lei da eutanásia.

1/5/2018
Teresa Ferrer Passos

quinta-feira, 26 de abril de 2018

A eutanásia em Portugal?



«A eutanásia representa “um retrocesso civilizacional”»


«Mesmo quando a sociedade não trata as pessoas com a dignidade que elas merecem, mesmo quando a sociedade não cuida e não responde como deve responder diante do drama e do sofrimento, a resposta não pode ser eliminar essas pessoas, a resposta deve ser vamos melhorar a sociedade»


«A partir do momento em que a lei passa a definir que vidas são dignas e não são dignas, a vida deixa de ser um princípio inviolável para ser um princípio que está nas mãos do legislador»


José Maria Seabra Duque, Federação Portuguesa pela Vida 
(Excertos da entrevista à Agência Ecclesia, 26/4/2018)
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A vida humana é inviolável. Ninguém pode matar o outro porque, num certo momento, esse outro lhe pediu. Há antes que dissuadir a pessoa que, no limite de uma depressão, o solicita. Essa pessoa deve ser conduzida a confrontar-se com uma maior auto-estima, auto-estima que a leve a considerar o valor da sua vida, mais, a importância da sua vida, seja em que circunstância for. 


26/Abril/2018                                                                                                                                       Teresa Ferrer Passos

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Primavera pascal

De mudança em mudança... 

( convoco, para a Musa minha, o 10 de Copas Arcano)
de todo o coração, ao Filipe de Fiúza

Só da Luz, quero a Luz e muita Luz.
Que ela é Pão, que ela é prémio prò dolente,
Ela é Nova, ela é noiva, eu digo sus!!!
Coragem para o pobre e o doente.

Só da Luz. Só d’ Amor, em farta Vinha,
O Sol agora vem, e é bem-vindo…
Ai cânticos e frol duma andorinha!!!
O dia é Primavera, eu digo lindo!!!

Só da Luz, minha leda, e só do Vate.
Vem d’ amora, de poma, e vem de véu,
Vem comigo, a lidar o bom combate:
Eu n’ asa dos teus olhos, vejo o Céu.

Paulo Jorge Brito e Abreu*

* Este poema foi-nos enviado pelo autor.

Nota:

Chamo a atenção para o verso «Eu n' asa dos teus olhos, vejo o Céu»,


que considero um dos mais belos da poesia contemporânea.

24 de Abril de 2018                                     Teresa Ferrer Passos 

terça-feira, 10 de abril de 2018

1ª Centenário da Batalha de La Lys na 1ª Guerra Mundial (1914-1918)

Recortámos um testemunho do capitão Vicente Silva (Batalhão de Infantaria 9 de Viana do Castelo), combatente na Batalha de La Lys, travada em 9 de Abril de 1918:
«Segundo o plano estratégico, os alemães ocuparam toda a frente que vai de Ypres, na Bélgica, flanco direito das tropas atacantes, até La Bassée, numa extensão aproximadamente de 40 quilómetros. A batalha desenvolveu-se, pois, nos dois flancos do rio Lys (...) Quaisquer que fossem as tropas que guarnecessem o sector português, o resultado seria o mesmo. Seriam quatro horas da manhã. (...) Tinha chegado o dia da tão receada ofensiva alemã. (...)». O Capitão Vicente Silva, tendo sido feito prisioneiro, escrevia, mais adiante: «(...) O que tem sido o meu estado físico e moral desde 1918 até ao momento actual (1940) ninguém o pode compreender (...) No desespero da minha doença, muitas vezes lamentei não ter ficado para sempre sepultado nas ridentes planícies da Flandres...»
Capitão Vicente José da Silva, A Guerra de 14 - Memórias de um Combatente, 1991, pp.72-73 e 77-78.


Na fotografia, vemos um grupo de oficiais de Viana do Castelo no campo de prisioneiros de Bresen. O capitão Vicente está na 2ª fila, sendo o 5º a contar da esquerda.




Comentários deste post no Facebook:

O capitão Vicente José da Silva (1886-1966) é avô paterno de Fernando Henrique de Passos (Silva) e pai de Fernando de Paços (Passos Silva).
Teresa Ferrer Passos

O meu avô paterno era de um temperamento artístico e espiritual e um amante da paz. A sua passagem pela guerra de 1914-1918 provocou-lhe traumas profundos que arruinaram o resto da sua vida. A ruína não foi total, no entanto, pois teve um casamento muito feliz.

A ciência genética diz que os carateres adquiridos não se transmitem, mas eu ainda sinto sombras do meu avô a agitarem-se dentro de mim.

O meu avô materno era o oposto: só se sentia bem na guerra. Quando rebentou a Guerra Civil Espanhola, queria oferecer-se como voluntário mas a saúde não lho permitiu.

É engraçado como nos tornamos uma mistura de todas estas pessoas que nos antecederam. Ter consciência disso pode ajudar a combater excessos de individualismo.


Fernando Henrique de Passos
 (neto do Capitão Vicente José da Silva, feito prisioneiro na batalha de La Lys, em 9 de Abril de 1918)




segunda-feira, 9 de abril de 2018

A luz forte de Maria Santíssima

Maria com seus pais, S. Joaquim e Santa Ana


«No dia de Nossa Senhora da Natividade tenho uma grande alegria. Quando este dia veio, pareceu-me ser bom renovar os votos. Foi então que se me tornou presente a Virgem Nossa Senhora, por visão luminosa, e pareceu-me que os renovava nas Suas mãos e que isso Lhe era agradável. Mantive esta visão, por alguns dias»

Santa Teresa de Jesus, «Relaciones Espirituales», cap. LVIII, Obras CompletasEditorial Plenitud, Madrid, 1958, p.355.

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A visão luminosa da Virgem Nossa Senhora alcançada pela grande mística Teresa de Jesus, identifica-se com a luz fortíssima, mais forte que o Sol, irradiada por Maria nas seis Aparições a Lúcia e seus primos, Jacinta e Francisco, em Fátima, no ano de 1917.

9 de Abril de 2018
Teresa Ferrer Passos

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