terça-feira, 11 de maio de 2021

MAIO: mês de MARIA


Escultura de "Nossa Senhora e o Menino"
de Euclides Vaz na capela do colégio
de S. João de Brito, em Lisboa.

Acerca da interpretação psicanalítica de E. Drewermann e das Aparições da Virgem Maria

«O autor de La Parole qui Guérit (1991) insiste no significado das camadas profundas da mente humana no caso de aparições. Sustenta assim, como critério de verdade e de análise de aparições, a existência de fenómenos de natureza psiquiátrica. Nessa linha psicanalítica, afirma ainda que, "não há literatura poética que não o manifeste: uma história inventada pode ser mais 'real' e mais autêntica que a história factual, porque só a história sonhada, poetisada, permite ao leitor de outra geração, reviver por si o acontecimento passado, sonhando-o, vibrando de compaixão e de esperança". Oferece, depois, como exemplo das narrativas religiosas, os mitos. Ora, o mito não passa pelas Aparições de Maria em Fátima. Ao longo desta abordagem das Aparições na Cova de Iria, este ponto de vista não nos parece, em consonância e, muito menos, aplicável, a estes acontecimentos sobrenaturais.
Igualmente contestável é o facto de o autor entender que uma história inventada num enquadramento literário, pode ser mais real e mais autêntica que a história factual. Esquece que, se a história é inventada, essa história nunca existiu antes (como arquétipo na mente do seu autor), nunca existiu tal como o autor a inventou ao modificar o real, tanto mais modificado quanto maior é a sua capacidade criativa ou o seu objetivo.»

Teresa Ferrer Passos, Stabat Mater. Contribuição para o Estudo de Maria, Hora de Ler, Leiria, 2020, pág. 151.

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