terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Horas simples


   Olho as horas, simples como a alma
e a soarem como grandes sinfonias.
Não sabem nada da vida
e crescem nos planaltos sem palavras.
 Ouço as horas a gritar por ternura,
os seus traços recusam o silêncio.
Porém, as horas não passam pelos anos,
são diversas, ondulantes, imprevistas.
 Sinto as horas piedosas exultantes de alegria,
se apenas as olhamos e sorvemos.
Sinto-as envoltas num grande amor,
quando não são um simulacro,
nem habitam existências frustres
ou ultrapassam as falsas aparências dos sentidos.
Porque deles, as horas, não precisam!
  
19/2/2019 (no 25º aniversário do nosso casamento)

                                                 Teresa Ferrer Passos

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