segunda-feira, 29 de junho de 2015

Revelação das almas ou o teatro




«Chamo teatro estático àquele cujo enredo dramático não constitui acção - isto é, onde as figuras não só não agem, porque nem se deslocam nem dialogam sobre deslocarem-se, mas nem sequer têm sentidos capazes de produzir uma acção; onde não há conflito nem perfeito enredo. Dir-se-á que isto não é teatro. Creio que o é, porque creio que o teatro tende a teatro meramente lírico e que o enredo do teatro é, não a acção nem a progressão e consequência da acção - mas muito abrangentemente a revelação das almas através das palavras trocadas e a criação de situações» 

                                                        Fernando Pessoa


Do intróito à peça O Marinheiro de Fernando Pessoa,1913 (revista por ele mais tarde), (in Obra em Prosa de Fernando Pessoa - Ficção e Teatro, Public. Europa-América, L. B. E.A, nº 470 p.153).

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