quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Palavra de estrelas...


«Estrela 4000 b - Ah! Sabes que vislumbro algo como um ecrã… há palavras a vaguearem lentamente e a inscreverem-se em imagens velozes e, ao mesmo tempo, sem movimento.
Carta C2 - Eu sou tão pequenina e a conseguir ouvir a uma tal distância…falas em imagens sem qualquer movimento?
Estrela 4000 b - Não sei… pressinto um som inaudível.
Carta C2 - A mim atravessam-me vários sons. Parece que há ainda um conhecimento em busca de si próprio e sinais minúsculos encadeiam-se, de modo labiríntico, para o descobrir.
Estrela 4000 b- Há uma linguagem significante à procura de respostas.
Carta C2 - E uma incerteza audaz dilata-se a todos os que procuram a diferença, o inesperado ou o idêntico...
Estrela 4000 b - Antes de tudo o idêntico, mas também a diversidade daquilo que possui uma integridade de ser.
Tempo 01 - Dentro de mim só há palavras… palavras que existem, sem tocar nem mesmo ao de leve, o sentido ou os sentidos de tantas ideias encobertas de simbolismo… cada palavra sem se aperceber que existe, como uma identidade única para ser oferecida a quem a recebe.
Estrela 4000 b - O que fazem as palavras, afinal?
Carta C2 – As palavras, ah, as palavras… como são fugazes nos sons encobertos em imagem…as palavras anunciam…
Estrela 4000 b – Anunciar… que palavra!
Carta C2 – E não imaginas quantas palavras estão inscritas em cada palavra…»

Teresa Ferrer Passos, Planeta Joyce 8,  2007, 1ª edição, p. 19.

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